PUBLICADO EM 08 de abr de 2021
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Para Dieese, o salário mínimo deveria ser quase cinco vezes superior ao atual

Em nota técnica, divulgada nesta quinta-feira (8), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) anuncia que o salário mínimo deveria ser de R$ 5.315,74 no mês de março para uma família média ter o básico para uma alimentação condizente e poder levar a vida com mais dignidade.

Uma pesquisa publicada nesta quarta-feira (7) pelo Portal CTB mostra que a fome assola o país e cresce assustadoramente, se agravando a partir de 2016 e mais fortemente ainda após 2019. “A falta de competência do atual presidente em governar e a pandemia agravaram muito essa situação e o Brasil volta ao Mapa da Fome da ONU (Organização das Nações Unidas)”, alega Vânia Marques Pinto, secretária de Políticas Sociais da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

“Como se vê facilmente”, diz Vânia, “o auxílio emergencial destinado aos mais carentes pelo desgoverno federal é insuficiente inclusive para comprar a cesta básica, além de não chegar a todos os que precisam”. Ela questiona, então, como “os 19 milhões de brasileiras e brasileiros que estão passando fome podem ficar em isolamento social?”.

Para a sindicalista baiana, a política econômica está no caminho inverso do que deveria porque “é voltada para a exportação e não valoriza o trabalho, privilegiando somente os grandes conglomerados econômicos e o sistema financeiro, principalmente os de fora”.

Por causa dessa política e do abandono do mercado interno, “cortando investimentos na agricultura familiar e no setor produtivo, o desemprego cresce vertiginosamente e os preços dos alimentos também”, acentua.

De acordo com o Dieese, a cesta básica aumentou em todas as capitais pesquisadas. “Em Porto Alegre, o acréscimo chegou a 25,20% e, em Curitiba, a 24,00%. Belém, no Norte do país, apresentou a terceira maior variação: 23,15%. No primeiro trimestre de 2021, as capitais que acumularam as maiores altas foram: Curitiba (6,81%), Natal (4,09%), Aracaju (3,45%), Belém (2,97%) e Florianópolis (2,79%)”, diz a nota técnica.

Vânia lembra que os mais ricos do mundo acumularam US$ 3,9 trilhões entre 18 de março e 31 de dezembro de 2021. Apesar disso, “o governo brasileiro não concedeu um auxílio emergencial capaz de suprir as necessidades básicas” e “não criou mecanismos em favor dos micro e pequenos empresários e muito menos defendeu o emprego”, só o que fez foi “negligenciar a pandemia e não tomar nenhuma medida compatível em defesa da vida e dos interesses do país”.

Fonte: CTB

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