PUBLICADO EM 12 de fev de 2021
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Precarização provoca greve dos residentes no Hospital SP

O que já era ruim antes da pandemia ficou pior ainda. Os residentes da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de SP, que atuam na clínica médica do Hospital São Paulo, entraram em greve dia 9, por falta de condições pra atender a população. Médicos de outras especialidades devem aderir na sexta, 12.

Os profissionais denunciam falta de medicamentos, insumos básicos e material pra coleta de exames. A paralisação dos residentes está forte e deve ganhar adesões. No total, são 300 médicos. Destes, 30% farão plantões para urgência e emergência.

Absurdo – Augusto Ribeiro, diretor do Sindicato dos Médicos de SP (Simesp), define a situação como intolerável. Para ele, é inaceitável um hospital de alta complexidade atuar desde o final de 2020 com falta de álcool, luvas de procedimento, seringa, sonda e gaze.

“Exames laboratoriais simples como hemograma e sorologia também estão em falta. Não há medicamentos como Omeprazol e Buscopan Composto. A população não pode pagar pela má administração dos recursos públicos”, critica o dirigente sindical.

Pauta – Os residentes do Hospital São Paulo fizeram uma lista de reivindicações. A saber: reposição de insumos básicos; regularização dos estoques; plano de contingência pra resolver a crise de desabastecimento em curto prazo; maior aporte de recursos municipais, estaduais e federais; que não sejam reduzidas as vagas para residência médica nos próximos anos.

Reincidência – Segundo o presidente do Simesp, Victor Dourado, não é a primeira greve dos residentes. “Os médicos estão sem reajuste há muito tempo. Existe subfinanciamento, precarização dos profissionais e falta de reajuste na bolsa. A crise vira uma bola de neve”, alerta.

Precarização – Os residentes são a parcela mais precarizada da categoria. O dr. Victor explica: “Os colegas têm um contratante único, o valor da hora é o mais baixo entre os profissionais e eles praticamente carregam os hospitais universitários nas costas. Trabalham muito, recebem pouco e ainda sofrem assédio”. Há excesso de jornada e plantões esticados, o que gera esgotamento.

Fonte: Agência Sindical

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