Defendemos o retorno do auxílio emergencial no valor original de R$ 600, a manutenção em 2021 do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e a continuidade das ações de prevenção contra a covid-19
A pandemia persiste e, portanto, merece total repúdio a posição do governo Bolsonaro de não manter em 2021 o auxílio emergencial destinado às pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica perante a crise do coronavírus.
Também nos causa indignação a posição do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, de não colocar em debate e votação no Congresso Nacional a prorrogação deste auxílio e do programa emergencial que permitiu aos sindicatos em 2020 negociarem com os empresários a manutenção dos postos de trabalho, da renda dos trabalhadores e das atividades produtivas para a população.
Neste sentido, Maia está se igualando ao Bolsonaro no negacionismo da calamidade pública.
Como se já não houvesse pandemia, nem mais a necessidade do distanciamento social como forma de evitar a propagação do vírus, os adoecimentos e as mortes pela terrível covid-19: cujos números no Brasil já se aproximam dos 180 mil mortos.
O País já está plenamente recuperado da crise sanitária e econômica? Não!
As pessoas já recuperaram a renda e os postos de trabalho perdidos na pandemia? Também não!
Vale lembrar
Em março, depois de o governo anunciar R$ 200 mensais a “trabalhadores informais” e “desassistidos”, prejudicados pela pandemia, nós, do movimento sindical, reagimos e fizemos no Congresso Nacional a proposta de um seguro-renda de R$ 500 a ser pago aos informais e aos que já recebiam o Bolsa Família. Somente após esta proposta, o governo encaminhou a MP do auxílio emergencial de 600 reais.
Ao terem acesso ao auxílio emergencial, direta ou indiretamente, cerca de 108 milhões de pessoas conseguiram adquirir produtos e serviços essenciais e assim, efetivamente, movimentaram em 2020 o consumo, o comércio e os serviços, garantindo uma vitalidade mínima à economia brasileira.
Em setembro, infelizmente, o governo reduziu drasticamente o valor pela metade e tirou do programa milhões de pessoas. Pior que isto será em janeiro, quando o benefício irá acabar definitivamente. Será uma tragédia ainda maior do que a que passamos este ano. Não podemos aceitar!
Por isto, devemos continuar mobilizando a população, os trabalhadores, a mídia e a classe política pela prorrogação do auxílio emergencial, com retorno do valor original de R$ 600, e do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, como medidas ainda cruciais para o Brasil continuar enfrentando a pandemia em 2021.
Isto, juntamente com outras ações efetivas nas áreas sociais, econômicas e de Saúde, servirá para superarmos definitivamente a crise e fazer o País entrar novamente nos trilhos do desenvolvimento, com geração de milhões de empregos de qualidade, trabalho decente e renda para os brasileiros, dando mais segurança financeira às famílias e esperança em dias melhores para todos: sem pandemia, sem crise, sem desemprego e sem ataques aos direitos.
Chiquinho Pereira é presidente do Sindicato dos Padeiros de São Paulo e da Febrapan (Federação Brasileira dos Trabalhadores nas Indústrias de Panificação, Confeitarias e Padarias) e Secretário de Organização, Formação e Políticas Sindicais da UGT