Às vésperas do anúncio do programa Renda Brasil, que deverá ser um substituto do Bolsa Família, o ministro, em reuniões no fim de semana, segundo informou o jornal O Estado de São Paulo, sugeriu que o valor do benefício poderá ser igual ou maior R$ 247. O novo programa social do governo será implementado através de transferência de renda com o fim do auxílio emergencial de R$ 600 e aumento dos beneficiários do Bolsa Família, de um novo programa de emprego, batizado de Carteira Verde Amarela, com a implantação do chamado “imposto negativo”; e através da desoneração da folha de salários (redução nos encargos que as empresas pagam sobre salários). Depende ainda, entretanto, de aprovação no Congresso.
Para garantir a elevação do benefício médio dos atuais R$ 190 para R$ 247 serão necessários R$ 52 bilhões por ano. A proposta de Guedes é, para realizar o programa, tirar recursos do orçamento do próprio Bolsa Família, do abono salarial (benefício de um salário mínimo voltado para quem ganha até dois pisos, mas que acaba sendo recebido também por jovens de classe média em início de carreira), do seguro-defeso (pago a pescadores artesanais no período de reprodução dos peixes, quando a pesca é proibida, mas com alto índice de irregularidades) e da Farmácia Popular (promove a distribuição de medicamentos de uso comum, para tratamento de hipertensão, diabetes e asma, por exemplo; também é considerado sem foco pelos técnicos, por beneficiar famílias independentemente de sua renda). Cortes de de outras despesas, como auxílios aos servidores (conhecidos como penduricalhos) e fim verbas indenizatórias dos altos salários, sobretudo do Judiciário também devem ser propostos.
Com informações de Estadão