Na noite desta segunda (17), trabalhadores dos Correios de todo o País decidirão se iniciam uma paralisação por tempo indeterminado a partir de terça, 18. Eles lutam contra a retirada de direitos, desmonte da Convenção Coletiva e privatização da empresa.
A probabilidade de greve é forte e reúne todos os setores, incluindo as chefias, de acordo com líderes sindicais das duas Federações que representam a categoria, a Findect e Fendect.
Elias Cesário, o Diviza, presidente do Sindicato em São Paulo e vice-presidente da Findect, explica que a empresa tenta tirar mais de 70 itens da Convenção Coletiva. Desde 31 de julho, os trabalhadores estão sem cobertura da CCT. Diviza diz: “Cortaram vale-alimentação, tiraram o tíquete das férias e outros direitos. O clima é de revolta geral, inclusive nas chefias”.
Segundo José Rivaldo da Silva, que é secretário-geral da Fentect, os funcionários receberam o contracheque de agosto com descontos indevidos. “Não estamos fazendo uma reivindicação, estamos tentando manter o que a gente já tem há mais de 30 anos”, ele afirma.
Privatização – Além do corte de direitos trabalhistas, a ameaça de privatizar o sistema estimula a paralisação. Os Correios foram incluídos na lista de estatais que o atual governo deseja privatizar. Os conflitos entre a empresa e trabalhadores se intensificam desde então.
Sindicalistas denunciam que para isso há um verdadeiro desmonte em curso, a fim de entregar a ECT a empresas como a Amazon. Diviza alerta: “Quem vai sair perdendo é a população mais pobre. O setor privado só quer saber de obter lucro. Você acha que vão querer entregar em regiões periféricas?”.
Assembleias – Acontecerão a partir das 19 horas. Em São Paulo, a votação será virtual. Se aprovada, a greve deve começar às 22 horas desta segunda.
Fonte: Agência Sindical