Os clientes de bancos pagaram juros maiores no cheque especial e no rotativo do cartão de crédito, de acordo com dados divulgados hoje (25) pelo Banco Central (BC). A taxa de juros do cheque especial subiu 0,7 pontos percentuais em setembro, comparada a agosto, e chegou a 307,6 % ao ano.
No ano, os juros do cheque especial caíram 5 pontos percentuais. Apesar de estar menor no acumulado, a taxa do cheque especial é a mais cara entre as modalidades de crédito para as famílias e a recomendação do BC é que só seja usado em situações emergenciais e recomposto rapidamente.
No ano passado, os bancos anunciaram uma medida de autorregulamentação do cheque especial. Com as novas regras, os correntistas que utilizam mais de 15% do limite do cheque durante 30 dias consecutivos passaram a receber a oferta de um parcelamento, com taxa de juros menores que a do cheque especial definida pela instituição financeira.
Cartão de Crédito
A taxa média do rotativo do cartão de crédito subiu 0,6 pontos percentuais em relação a agosto, chegando a 307,8% ao ano. A taxa média é formada com base nos dados de consumidores adimplentes e inadimplentes.
No caso do cliente adimplente, que paga pelo menos o valor mínimo da fatura do cartão em dia, a taxa chegou a 290,2% ao ano em setembro, aumento de 1,3 pontos percentuais em relação a agosto. Já a taxa cobrada dos clientes que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura (rotativo não regular) caiu 0,2 pontos percentuais, indo para 319,5% ao ano.
O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O crédito rotativo dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições financeiras parcelam a dívida.
Em 2018, o Conselho Monetário Nacional definiu que clientes inadimplentes no rotativo do cartão de crédito passem a pagar a mesma taxa de juros dos consumidores regulares. Mesmo assim, a taxa final cobrada de adimplentes e inadimplentes não será igual porque os bancos podem acrescentar à cobrança os juros pelo atraso e multa.
Na modalidade de parcelamento das compras pelo cartão de crédito, a taxa chegou a 178,3% ao ano em setembro, com aumento de 1% ponto percentual.
Crédito pessoal
A taxa de juros do crédito pessoal não consignado caiu para 112,9% ao ano em setembro, com recuo de 3,7 pontos percentuais em relação a agosto. A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) recuou 0,9 ponto percentual, indo para 21,4% ao ano no mês passado.
De acordo com o BC, a taxa média de juros para pessoa física caiu 0,7 ponto percentual em setembro para 51,3% ao ano. A taxa média das empresas ficou em 17,8% ao ano, queda de 1,1 ponto percentual.
Inadimplência
A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas subiu 0,1 ponto percentual para 5%. Entre pessoas jurídicas a inadimplência ficou em 2,5% em setembro, queda de 0,1 ponto percentual.
Esses dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes.
No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito) os juros para as pessoas físicas caiu 0,5 ponto percentual para 7,7% ao ano. A taxa cobrada das empresas caiu 0,2 ponto percentual para 8,4% ao ano.
A inadimplência das pessoas físicas no crédito direcionado permaneceu em 1,8% e a das empresas em 2,2%.
Saldo dos empréstimos
Em setembro, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 3,361 trilhões, com expansão de 1% em relação a agosto, de 3,2% no ano e de 5,8% em 12 meses. Esse saldo do crédito correspondeu a 47,6% de tudo o que o país produz – o Produto Interno Bruto (PIB) -, com aumento de 0,4 ponto percentual em relação a agosto.
Fonte: Agência Brasil
Rita
O brasileiro do sobrevive fazendo dívidas, portanto sempre reféns dos bancos e financiadoras