Os dados mostram que 38% não estavam trabalhando no trimestre anterior e conseguiram algum trabalho, mas com jornada inferior à desejada, e 27% teve a jornada reduzida de forma involuntária, sem escolha. No primeiro trimestre de 2019, foram registrados 6,768 milhões de trabalhadores subocupados, nome dado para quem trabalha menos de 44 h semanais.
O diretor-técnico do DIEESE, Clemente Ganz Lúcio, explica que, com a jornada de trabalho reduzida, é possível que haja uma redução também nos ganhos. “A maioria dos que não está satisfeita tinha jornada plena e foi para a rotatividade após o desemprego. É possível também que as empresas estejam mandando embora algumas pessoas e contratando outros com contratos com horários e salários reduzidos”, explica ele.
Informalidade
Lúcio também destaca os dados que mostram um crescimento no contingente de trabalhadores informais com jornada reduzida, abaixo de 30 h. “Para cada 1 ocupação formal subocupada, com jornada parcial ou intermitente, há 9 estão na informalidade [com jornada menor]. A subocupação já era presente no mercado, mas aumentou significativamente”, afirma.