De acordo com o portal Uol, o governo também planeja editar uma Medida Provisória ainda este ano para definir o reajuste do salário mínimo apenas pela correção da inflação. Ou seja, sem aumento real. O texto está na gaveta de Guedes e será protocolado após a tramitação da reforma da Previdência, que também pune os trabalhadores.
A política de valorização do salário mínimo começou em 2004, no governo do presidente Lula, e foi mantida até este ano. Hoje, o Piso nacional está em R$ 998,00.
Segundo o diretor-técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Clemente Ganz Lúcio, se não tivesse sido corrigido por esse método nos últimos 15 anos, o salário mínimo estaria hoje em R$ 573,00. Ou seja, neste período, os trabalhadores ganharam 74% acima da reposição inflacionária.
Prejuízo – Clemente aponta que a proposta de Guedes vai aumentar a desigualdade social e, consequentemente, a pobreza. Ele afirma: “O impacto dessa medida irá retirar R$ 230 bilhões por ano na renda do trabalho, consumo e impostos, prejudicando a geração de empregos”.
Abrangência – A mudança do governo em relação ao reajuste do salário mínimo vai impactar também os Pisos salariais das demais categorias. Afinal, muitos Sindicatos conseguiram negociar índices maiores do que a inflação desde 2004, cobrando uma política semelhante.
Clemente explica: “O mínimo é referência na discussão dos Pisos e também para os autônomos cobrarem prestação de serviços. Será um prejuízo geral para a economia nacional”.
Diferença – Pelos cálculos do Dieese, o valor necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas, em fevereiro, era de R$ 4.052,65, ou seja, 4,06 vezes maior do que o salário mínimo atual. Após as maldades da reforma da Previdência, Clemente lamenta a intenção do governo de prejudicar ainda mais os brasileiros. “A decisão arrocha a capacidade de consumo dos trabalhadores, derruba a economia e enfraquece a geração de empregos”.
Fonte: Agência Sindical