Entendendo que a difusão de informação de qualidade é a base para a manutenção da saúde e, consequentemente, garantir a prevenção, diagnóstico precoce, a garantias legais e tratamento que leva à cura da patologia, as entidades convocaram as lideranças sindicais para serem multiplicadores na luta contra o câncer de mama que apesar de predominantemente feminino atinge também os homens. Afinal, “quem procura acha, quem acha cura”.
As Secretárias da Mulher, Márcia Adão (Siemaco) e Santa Regina (UGT Nacional), coordenaram os trabalhos ao lado de Andrea Ferreira, diretora do Siemaco e Joyce Ribeiro, da secretaria da mulher da UGT. Sempre ao lado das mulheres, que são a maioria dentre os trabalhadores representados, o presidente do Siemaco e diretor-financeiro da UGT, Moacyr Pereira, afirmou: “todos os anos integramos a Campanha Outubro Rosa, mas a nossa ação pela promoção da saúde é anual. Levamos a informação sobre saúde no ambiente de trabalho, todos os dias, mês a mês.”
“Se toquem pela vida. Se cuidem”, pediu Santa Regina. Ela lembrou ainda a proximidade das eleições, pontuando que a conscientização sobre a manutenção da saúde tem de ser estendida para a manutenção dos direitos trabalhistas, nas urnas. ” Perdemos os nossos direitos trabalhistas e corremos o risco de perder os nossos direitos previdenciários.”
“Prevenir é mais barato e efetivo”, afirmou Márcia. Ela lembrou que o sindicato está ao lado do trabalhador na promoção de todos os direitos e saúde.
Abrindo a roda de conversa, Joyce disse que a luta inclui os homens, conclamando-os a cuidarem das suas parceiras. Na sequência, a presidente da Unaccam, Clarísia Ramos, mostrou como as participantes podem tornar-se voluntárias na luta contra o câncer de mama e Andrea, mais conhecida como Ferreirinha, esmiuçou o que é e como se previnir e buscar ajuda quando os sinais do câncer de mama são identificados.
Enfrentando o câncer de mama
Flávia Matias Rocha e Neide Roque são exemplos de que o câncer de mama se enfrenta com coragem! Horas antes de se submeter a uma nova seção de fisioterapia, Flávia fez questão de dar o seu depoimento.
O primeiro sinal apareceu ainda na adolescência: um nódulo de oito centímetros, felizmente benígno. Aos 33 anos, contudo, outro sinal mostrou a malignidade da doença. “O bico do meu seio inverteu. Respirei fundo e segui”, contou.
Foram 28 seções de quimioterapia, a cirugia de retirada do nódulo e a reconstrução da mama. Neste período de dor, o amor venceu. “Casei-me careca, em pleno processo de tratamento, graças a Deus”. O então namorado, hoje companheiro de vida, não abandonou Flávia, como acontece com muitas mulheres vitimadas pelo cãncer de mama.
Neide, por sua vez, além da doença teve de enfrentar o desconhecimento e o medo “daquela coisa ruim”. Nascida no Maranhão, ela perdeu o pai, que sucumbiu ao câncer de pâncreas, e a sua mãe preferiu não falar sobre a doença, cercada de mitos e medo.
O câncer chegou a ser descartado, após o exame de mamografia, mas ela insistiu. Intuitivamente pediu ao médico uma investigação maior e após uma ultrassonografia da mama o diagnóstico foi confirmado.
Neide submeteu-se duas cirurgias, retirou as mamas e sofreu um longo e doloroso tratamento. Hoje, curada, ela tornou-se voluntária na luta pela vida e combate ao cãncer de mama. “Todo o meu tratamento foi realizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Para ela, é preciso fortalecer a saúde pública, cobrar investimentos do governo federal, e políticas públicas, dos legisladores.”
Campanha Doe um Lenço e Ganhe um Sorriso
UGT e Siemaco mais uma vez abraçaram a causa, as mulheres dançaram, celebraram a vida e juntas lançaram o desafio pela promoção da autoestima nas pacientes em tratamento do câncer de mama, ao lançar a campanha “Doe um Lenço e Ganhe um Sorriso”.
Há dois anos foram arrecadados centenas de lenços, que foram doados nos hospitais Pérola Byington, referência para mulheres, e Graac, que assiste às crianças. Quem puder participar, basta doar lenços. O Siemaco, UGT e Unaccam garantirão o sorriso!