PUBLICADO EM 19 de nov de 2025

Centrais celebram alta da sindicalização e reforçam luta coletiva

Centrais Sindicais destacam o crescimento da sindicalização, ressaltam avanços na organização coletiva e defendem a retomada de direitos retirados pela reforma trabalhista

Centrais Sindicais celebram alta da sindicalização e reforçam luta coletiva - Foto: Jorge Araújo

Centrais Sindicais celebram alta da sindicalização e reforçam luta coletiva – Foto: Jorge Araújo

As Centrais Sindicais celebraram, em nota conjunta, o avanço da sindicalização divulgado pelo IBGE e destacaram que o dado marca um ponto de inflexão decisivo no mundo do trabalho brasileiro.

De acordo com a nota assinada pelos presidentes das seis principais centrais sindicais brasileiras, após quase uma década de queda, provocada por ataques ao movimento sindical e pela retirada de direitos, o crescimento atual demonstra força coletiva e reafirma a importância dos sindicatos.

As lideranças sindicais ressaltam ainda que a reforma trabalhista de 2017 evidenciou que somente a ação coletiva organizada garante conquistas, proteção social, redução das desigualdades e influência sobre políticas públicas.

“O aumento de acordos, convenções coletivas, cláusulas econômicas atualizadas e o retorno de mesas nacionais fortaleceram a confiança dos trabalhadores, que reconhecem o sindicato como escudo protetor”, diz o texto.

Confira a seguir a nota na íntegra:

NOTA DAS CENTRAIS SINDICAIS
Sindicato e Sindicalização no Brasil: reencontros de classe

As Centrais Sindicais saúdam o crescimento da taxa de sindicalização divulgado pelo IBGE (em 19/11). Os dados marcam um ponto de inflexão no mundo do trabalho brasileiro. Após quase uma década de queda — resultado de ataques ao movimento sindical, tentativas de criminalização e medidas legislativas que retiraram direitos — o avanço atual expressa a força da organização coletiva e o papel decisivo dos sindicatos na defesa dos trabalhadores.

Após a reforma trabalhista de 2017, com sua ampla retirada de direitos e desvalorização do trabalho, cresceu a compreensão de que somente a ação coletiva organizada é capaz de promover conquistas, garantir proteção social, enfrentar desigualdades e influenciar políticas públicas. A expansão de acordos e convenções coletivas, a atualização de cláusulas econômicas e sociais e a retomada de mesas nacionais e setoriais de diálogo produziram resultados concretos, aumentando a confiança dos trabalhadores em suas entidades representativas. Os dados do IBGE reforçam tal percepção: o sindicato é reconhecido como “escudo protetor coletivo”.

Ela é resultado de muito trabalho. Mesmo diante do desmonte institucional e dos cortes impostos ao movimento sindical, as ações de base não apenas resistiram, como se intensificaram. A presença constante nos locais de trabalho, a capacidade de organização e as estratégias de mobilização estão promovendo um reencontro entre trabalhadores e seus sindicatos.

Ressaltamos ainda que a alta da sindicalização se conecta a outros fatores estruturais, como a geração de empregos formais e a retomada das contratações no setor público, impulsionados pela reconstrução do Estado como indutor do desenvolvimento e pelo reposicionamento do trabalho na agenda nacional.

As Centrais Sindicais entendem que os dados divulgados pelo IBGE fortalecem a luta para vencer desafios que ainda persistem: a permanência dos retrocessos ocasionados pela reforma trabalhista, como a desvalorização do trabalho, a fragilização da segurança e o ataque às entidades sindicais.

Seguiremos lutando pela recomposição dos direitos perdidos com a reforma de 2017 e para que a classe trabalhadora seja cada vez mais ouvida e valorizada. A sindicalização crescente reafirma: sem sindicato forte, não há democracia sólida, nem justiça social.

São Paulo, 19 de novembro de 2025

Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)

Miguel Torres, presidente da Força Sindical

Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)

Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

Moacyr Tesch Auersvald, presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)

Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)

Nilsa Pereira de Almeida, secretária geral da Intersindical

José Gozze, presidente da Pública Central do Servidor

 

Confira o documento original da Nota das Centrais – Sindicato e Sindicalização no Brasil

Leia também: Aumenta o número de sindicalizados no Brasil; chega a 9,1 milhões

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