A taxa de desocupação no Brasil caiu para 6,4% no trimestre de julho a setembro de 2024, segundo dados do IBGE divulgados hoje (31).
É a segunda menor taxa de desocupação registrada desde o início da série histórica da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) em 2012, ficando atrás apenas da taxa de 6,3% observada no trimestre encerrado em dezembro de 2013.
Preocupa, entretanto, o grande número de trabalhadores sem carteira assinada, desprotegidos das leis trabalhistas e previdenciárias.
Indústria e Comércio
O número de trabalhadores no Brasil alcançou 103,0 milhões, um novo recorde na PNAD Contínua.
Os setores de Indústria e Comércio lideraram o aumento no número de ocupados, com altas de 3,2% e 1,5%, respectivamente, no trimestre. Esses dois setores juntos absorveram 709 mil trabalhadores (416 mil na Indústria e 291 mil no Comércio).
O setor de Comércio atingiu o maior contingente de trabalhadores da série, com 19,6 milhões de pessoas ocupadas.
A Indústria se destacou pelo aumento do emprego formal, com crescimento no número de trabalhadores com carteira assinada. No Comércio, apesar de também haver aumento nos empregos formais, o crescimento predominante foi nos postos de trabalho sem carteira assinada.
Outros setores de atividade mantiveram estabilidade no número de ocupados no trimestre.
Recorde de Trabalhadores nos Setores Privado e Público
O número de empregados no setor privado chegou a 53,3 milhões, também um recorde na série histórica. Esse contingente teve um aumento de 2,2% no trimestre e 5,3% no ano. Trabalhadores com carteira assinada somaram 39,0 milhões (crescimento de 1,5% no trimestre e 4,3% no ano), enquanto o número de empregados sem carteira foi de 14,3 milhões no setor.
O setor público também atingiu um recorde, com 12,8 milhões de trabalhadores. Esse número se manteve estável no trimestre, mas apresentou crescimento de 4,6% no ano.
O aumento foi impulsionado pelo grupo de servidores sem carteira assinada, que cresceram 4,2% no trimestre e 9,1% no ano.
Militares e servidores estatutários não apresentaram variação significativa no período.
Rendimento Médio Real
O rendimento médio real (ajustado pela inflação) dos trabalhadores foi de R$ 3.227 no trimestre encerrado em agosto de 2024, mantendo-se estável em comparação ao trimestre anterior. No entanto, houve um aumento de 3,7% em relação ao mesmo período de 2023.
A massa de rendimentos, que representa a soma total das remunerações de todos os trabalhadores, atingiu R$ 327,7 bilhões. Esse valor permaneceu estável no trimestre, mas aumentou 7,2% em comparação anual, refletindo a melhoria nos rendimentos individuais e o aumento no número de pessoas ocupadas.
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