O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos – Sindnapi participou do encontro para celebrar o aniversário de um ano da Lei 14.611/2023 que estabelece diretrizes para a igualdade salarial entre mulheres e homens no Brasil.
O evento, realizado no Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos – Dieese, em São Paulo, contou com a presença do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, e da secretária-executiva do Ministério das Mulheres, Maria Helena Guarezi.
Representando o Sindnapi, a diretora de Assuntos Internacionais, Andrea Angerami Gato, enfatizou que a questão da igualdade salarial é fundamental também para garantir valores maiores para os benefícios das mulheres que se aposentam. “Certamente que aquelas que já estão aposentadas não serão atingidas pela lei. Mas as mulheres que estão no mercado de trabalho se beneficiarão pois terão um valor maior na hora de se aposentar”, disse.
Avanços
De acordo com o Dieese houve avanço nesses doze meses de vigência da lei. Mas ainda há muito por fazer. Para a diretora técnica do órgão, Adriana Marcolino, há uma questão cultural no Brasil que precisa ser resolvida.
“O desafio da lei é as empresas perceberem que quando elas eliminam essas desigualdades no ambiente de trabalho, quando eles têm um corpo funcional mais diversificado, isso também colabora para a ampliação de ideias, para superação de problemas, para aumento da sua produtividade. E de outro lado, todas as instituições da sociedade devem ter como elemento a luta pela redução da desigualdade”, afirmou em entrevista à Agência Brasil.
A diretora do Sindnapi lembra que existem três questões que envolvem a relação de trabalho na mulher no mercado brasileiro. “Primeiro existem mulheres que trabalham em setores majoritariamente femininos e que normalmente são menos valorizados socialmente; também há uma flagrante diferença de oportunidades de promoção nas carreiras para as mulheres; e por fim, há a questão da intermitência da empregabilidade pois muitas mulheres deixam de trabalhar por algum tempo para cuidar dos filhos, isso sem falar daquelas que são demitidas pouco tempo depois de darem à luz. Isso tudo refletirá lá na frente, na hora de se aposentar”.
Já Marinho destacou que os sindicatos podem utilizar das datas básicas para colocar o debate na mesa de negociação. “Se os sindicatos, junto com as empresas, as entidades, as federações, as confederações, os trabalhadores, empresários e centrais sindicais se sentarem e colocarem [isso] na convenção coletiva, seguramente nós vamos acelerar a solução dos problemas e é isso que nós estamos estimulando.”
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