Nesta entrevista para a jornalista Carolina Maria Ruy, o presidente da entidade, Gilberto Almazan, fala sobre sua história de vida, sua trajetória sindical e faz uma reflexão sobre a política nacional nos últimos anos.
Em julho de 2023, o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região comemora aniversário, e uma série de eventos e comemorações marcarão o evento. Para isso, o Centro de Memória Sindical está realizando uma pesquisa sobre a história do Sindicato.
Gilberto sempre atuou na área de saúde e segurança, um setor muito valorizado pelo Sindicato: “Fui cipeiro na fábrica. O que me trouxe para o Sindicato foi a luta na área de saúde e segurança. Aprendi muito no Diesat. Interagir com outras categorias dá um aprendizado muito grande”.
Ele também falou sobre os desafios dos novos tempos, que foram agravados pelas más gestões dos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Administrar a entrada da tecnologia na producao, de forma que ela não cause um grande desemprego, foi uma das questões levantadas pelo sindicalista:
“Durante esses seis anos de governos Temer e Bolsonaro, não tivemos nenhum tipo de discussão com o governo. Antes, no governo da Dilma, já estávamos discutindo a chegadas das novas tecnologias. Como 5G, eletrificação de carro, e nos últimos seis anos esse debate parou completamente. Agora pode ser que ande mais rápido nestas questões. Aqui em Osasco e região, são 12 municípios, aproximadamente 30% dos trabalhadores estão nesse ramo de atividade, da indústria automobilística. E se tiver uma mudança muito drástica sem conversar, a gente vai perder praticamente um terço da categoria, entre 12 e 15 mil trabalhadores. Porque muitas industrias podem fechar. Tem indústria que faz cambio de carro. Mas carro elétrico não tem cambio. Tem indústria que faz juntas para motor a combustão. Em motor elétrico não vai junta. Não tem como impedir, mas é possível ter uma transição justa. Precisamos nos preparar para isso com qualificação profissional, políticas de juros, de crédito, Ministério da Ciência e Tecnologia que pode financiar novas tecnologias. Vamos simplesmente importar as peças ou ter uma política de produzir as peças com tecnologia aqui? Qual vai ser essa política. Isso tem que ser discutido com os trabalhadores. Ficamos muito atrasados nesses seis anos”.
Assista aqui a entrevista:
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