Jornada – Este é o primeiro editorial sob a minha gestão e quero falar um pouco dos caminhos que pretendo seguir. Assumi um Sindicato funcionando bem, que presta excelentes serviços à categoria, seja em relação a boas condições de vida e de trabalho, seja na defesa dos nossos direitos.
Isso ocorre porque temos excelentes diretores e funcionários, que devem ser reconhecidos e valorizados.
Um Sindicato moderno deve ser combativo, mas não pode deixar de lado o caráter associativo, que proporciona qualidade de vida e agrega benefícios.
O salário valorizado no final do mês vale muito, mas a família feliz, com lazer e bem cuidada não pode ser deixada de lado.
Por outro lado, devemos estar presentes nas bases, divulgando nosso trabalho e verificando as necessidades da categoria.
Após o falecimento do querido amigo Walter, sai diretamente do “chão de loja” para a presidência do Sindicato. Senti na pele as dificuldades dos últimos anos, com lojas fechadas por causa da pandemia, a inflação, o desemprego, a carestia e os juros altos. Foi um tempo de sofrimento e sei que precisamos superar as feridas e os prejuízos que isso nos deixou.
Entretanto, neste momento, a pior doença que temos são os juros altos. A inflação está em queda e estamos retomando a normalidade, apesar do alto desemprego, mas os juros no Brasil são absurdos.
A taxa Selic, que está em 13,75% ao ano, é a mais alta do mundo. Ela é fixada pela diretoria do Banco Central – BC, que tem autonomia por causa de uma lei aprovada no governo passado. O BC é presidido por Roberto Campos Neto, indicado por Bolsonaro, e seu mandato só acaba em 2024. Mesmo com a inflação caindo, ele não abaixa os juros. A taxa Selic alta custa milhões de reais para a dívida pública, dinheiro que vai para o bolso de investidores e deixa de ser aplicado em hospitais e escolas.
E não apenas isso, os juros altos causam um estrago nas nossas vendas, porque o crediário fica mais caro, as pessoas compram menos e muitos dos que se arriscam, não conseguem pagar as prestações, o que aumenta ainda mais as taxas das financeiras.
Com menos vendas, menos empregos e menos gente investindo na grande magazine ou no mercadinho da esquina. Ninguém se arrisca, fica tudo parado!
Não há motivo para os juros continuarem nas alturas. Até o tal do arcabouço fiscal (palavra complicada, mas que significa que o governo não vai gastar o que não tem) foi aprovado e deu garantias para essa redução. O movimento sindical deve se manifestar e pressionar nessa direção e nós vamos fazer parte disso.
Por fim, aproveito para dizer que contamos com a participação dos colegas comerciários, sobretudo pela sindicalização.
Também conto com o apoio da nossa Federação, que sob a liderança do nosso presidente, Deputado Federal Motta, faz excelente trabalho.
É apenas o início de uma grande jornada, vamos trabalhar juntos em busca de dias melhores.
Edson Carvalho
Presidente do Sincomerciários de Guarulhos e Região