O diretor de imprensa do sindicato dos trabalhadores, Sandro Olímpio da Silva ‘Cabeça’, diz que ofício da câmara do cais público, com a proposta de negociação, será mostrado à categoria na passeata programada para as 7h30, logo após o início da greve na Libra 37, Santos Brasil e BTP Brasil Terminais Portuários.
“Mais uma vez”, diz o sindicalista, “a intransigência é reforçada pelos terminais de contêineres, que declararam uma guerra sem trégua contra os estivadores”. A passeata sairá do sindicato e irá até um desses terminais, a ser definido, onde haverá uma assembleia.
A decisão da greve foi aprovada em assembleia na manhã de terça (17). A passeata e a nova assembleia foram decididas pela diretoria do sindicato nesta quinta-feira (19). As atividades fazem parte da campanha salarial para a data-base de março.
O secretário-geral do sindicato, Josué Sampaio ‘China’, lembra que os estivadores estão em ‘estado de greve’ desde 16 de março. A assembleia está em caráter permanente desde dezembro de 2017, quando foram aprovadas as reivindicações.
Sandro e China recordam que a categoria já fez duas passeatas e paralisou o porto em 12 de março. A primeira passeata foi em 26 de fevereiro. A segunda, no dia da greve, em 12 de março. “Faremos quantas forem necessárias”, diz China.
“A suspensão da greve no cais público conforma a disposição da categoria de negociar uma saída democrática para a campanha salarial”, diz Sandro. Segundo ele, “esse segmento do Sopesp é receptivo ao diálogo, enquanto o de contêineres prima pelo confronto”.
Reivindicações
Os estivadores reivindicam basicamente a manutenção do mercado de trabalho, a participação dos avulsos nos terminais e melhores salários. A pauta foi aprovada em 27 de dezembro.
Eles querem tratar do regramento do trabalho a bordo e passagem do cadastro para o registro, entre outros assuntos. O sindicato aguarda resposta sobre a convenção e os acordos coletivos de trabalho.
Os acordos, segundo ele, definem pontos econômicos. E a convenção coletiva define regras de direitos e deveres das duas partes: “Queremos acelerar as negociações, para que não se arrastem”, diz Sandro.
11 horas
A juíza desembargadora do tribunal regional do trabalho (trt-sp) Odette Silveira Moraes indeferiu pedido de liminar o ogmo para implantar o intervalo de 11 horas entre as jornadas de trabalho na estiva.
Ogmo é o órgão gestor de mão de obra do trabalho avulso no porto, que também havia pedido reconsideração, à sexta vara do trabalho de Santos, de sua liminar, concedida há poucos dias, suspendendo o intervalo.
O advogado do sindicato Marcello Vaz Santos considera “duas importantes vitórias dos estivadores na luta pela manutenção de seus direitos”.
Fonte: Portal Força Sindical