A multinacional japonesa Toyota anunciou na semana passada investimentos de R$ 1,7 bilhão para produção de um novo veículo compacto, utilizando tecnologia híbrido flex, que será vendido no mercado interno e exportado para 22 países. Será um modelo SUV baseado no Yaris Cross.
Os investimentos serão alocados nas plantas da Toyota em Sorocaba e Porto Feliz, ambas no interior de São Paulo. Imediatamente, serão efetivados de forma definitiva 700 trabalhadores temporários nas duas plantas.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba, Leandro Candido Soares, o anúncio da Toyota é fruto da negociação permanente do Sindicato não somente com a montadora japonesa, mas com todas as empresas instaladas no parque fabril na região nos últimos anos.
“Em 2019 fizemos um grande ato em defesa de investimentos e empregos na nossa região e o resultado são essas boas notícias que recebemos após negociação, inclusive proporcionando uma realidade diferente do que acontece com outras montadoras no resto do país”, destacou o dirigente.
Leandro afirma que depois do anúncio dos investimentos, o objetivo será fazer com que a planta da Toyota em Sorocaba possa produzir usando sua capacidade máxima.
“A perspectiva de produção da fábrica é de cerca de 400 mil veículos por ano e hoje nós estamos com um pouco mais da metade desse número, o que faz com que sejam empregados algo em torno de 3200 trabalhadores, quando a planta poderia estar próximo a 8000”, explica.
Crença no país
Para o presidente da Federação dos Sindicatos da CUT-SP (FEM-CUT/SP), Erick Pereira da Silva, o anúncio da Toyota é importante ainda mais no momento em que o Banco Central ataca a economia brasileira mantendo os altos juros da Taxa Selic e, com isso, faz com que várias montadoras tenham que reduzir sua produção por falta de venda de veículos.
“O anúncio da Toyota mostra a crença no desenvolvimento do Brasil, no que é possível fazer pelo país”, avalia o sindicalista.
Erick destaca ainda a escolha da produção da versão híbrida de um novo carro, seguindo parâmetros de redução de poluição e energia verde.
“Esse novo modelo vai no sentido dos debates que estamos fazendo sobre o uso do etanol em carros híbridos. É a tecnologia que quem uma pegada de carbono menor do que qualquer carro elétrico na Europa, por exemplo, que incentiva a matriz verde e o baixíssimo consumo de combustível. Este debate é muito importante para nós. O nosso papel tem sido contribuir com a reconstrução do país”, finaliza Erick.