O Ipe Saúde deixou de arrecadar R$ 105,7 milhões em contribuições sociais em 2022. O valor é referente ao incremento de receita que ocorreria se o governador Eduardo Leite tivesse feito a revisão geral dos salários dos trabalhadores do Estado de acordo com a inflação do ano anterior, que foi de 10,06% (IPCA). O dado é de levantamento feito pelo Dieese.
“O governador não dá o mínimo, que é a reposição da inflação, e agora quer sobretaxar os servidores”, reclama o presidente do Sindicato de Servidores de Nível Superior do RS (Sintergs), Antonio Augusto Medeiros. Na avaliação do dirigente, o governo apresenta números de forma parcial, sem considerar a redução da receita do IPE Saúde em razão do achatamento e superexploração dos servidores.
O levantamento do Dieese mostra que, com este incremento, não haveria déficit e o resultado do balanço seria positivo, considerando também valores referentes à alienação de imóveis, por exemplo. O estudo não considera a defasagem salarial dos anos anteriores em que o funcionalismo não recebeu a inflação.
Vale ressaltar que a reivindicação dos servidores estaduais não é por aumento salarial, e sim por reposição da inflação. Os trabalhadores do Executivo estão sem receber a reposição integral da inflação há mais de oito anos, alguns desde novembro de 2014 e outros desde janeiro de 2015, chegando a 56% de perdas mesmo com os 6% concedidos em abril de 2022.
“É notório que a política de arrocho salarial é central no equilíbrio das contas do Ipe Saúde. Em nenhum momento foi falado que a crise do instituto tem a ver com o não repasse da inflação aos servidores”, pontua a economista Anelise Manganelli, do Dieese.
Assessoria de Comunicação SINTERGS