A luta dos trabalhadores da Avibras chegou à LAAD Defence & Security, feira internacional de defesa e segurança que começou nesta terça-feira (11), no Rio de Janeiro (RJ). O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região realizou um protesto em frente ao evento, no Riocentro, entre 8h e 9h30.
Os trabalhadores estão há seis meses sem salário e também lutam contra a venda da Avibras. A empresa é uma das participantes da LAAD, considerada a mais importante feira do setor de Defesa na América Latina.
O protesto foi organizado pelo Sindicato para chamar a atenção de autoridades brasileiras e internacionais. Sem receber salários, profissionais especializados, que participam inclusive de programas estratégicos das Forças Armadas Brasileiras, são obrigados a recorrer a trabalhos informais. Eles estão em greve desde setembro.
Com fábrica em Jacareí (SP), a Avibras possui cerca de 1.400 trabalhadores e produz mísseis, lançadores de foguetes, veículos blindados, bombas inteligentes, sistemas de comunicação por satélite e Veículos Aéreos Não Tripulados. Toda essa tecnologia pode ser transferida para outros países, caso a fábrica seja vendida.
Empresas da Alemanha e Emirados Árabes já demonstraram interesse na aquisição da Avibras, conforme noticiado por parte da imprensa. A venda representará a perda de décadas de conhecimento e colocará sob ameaça a soberania nacional do setor de Defesa.
Esta semana, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, se reuniu com o presidente da Avibras, João Brasil Carvalho Leite. Segundo o jornal O Estado de São Paulo, o ministro pediu ao empresário para que mantenha a empresa sob controle de capital nacional.
O Sindicato defende que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) proíba a venda e dê início imediato ao processo de estatização. Uma carta já foi enviada pelo Sindicato ao presidente, aos ministérios da Defesa e do Desenvolvimento e ao Comando do Exército Brasileiro, com pedido de reunião para discussão sobre o futuro da Avibras e dos trabalhadores.
A direção da própria Avibras já confirmou, em nota oficial, que está em busca de investimentos diretos de empresas estratégicas.
“O Governo Federal precisa agir imediatamente para fazer da Avibras uma empresa estatal, controlada pelos trabalhadores e a serviço dos interesses do Brasil. É precisa também tomar medidas urgentes para que os funcionários voltem a receber seus salários e direitos. Não é possível continuar nessa situação. Estamos falando de uma das mais importantes indústrias do país”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.