A paralisação dos rodoviários da Região Metropolitana, que teve início na manhã desta quarta-feira (8), foi encerrada no início da tarde após acordo entre o Sindicato dos Rodoviários Metropolitanos (Sindmetro), o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial da Bahia (Sintepav), a Central Força Sindical Bahia, a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, e a Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra). Em consenso, ficou estabelecido que o Sindemtro irá elaborar um documento com propostas, que incluem o modelo de divisão da PEC das empresas, processo que define o pagamento da rescisão das empresas VSA e BTM aos funcionários.
Segundo Mario Cleber, presidente da Sindmetro, o dinheiro do pagamento da rescisão das empresas, que faliram durante a pandemia, é calculado no valor de R$36 milhões e está disponível nas contas do Governo do Estado desde outubro do ano passado. Até a elaboração do documento pela Sindmetro, não há uma data para os repasses, mas foi definido hoje que, dos R$36 milhões, serão destinados R$12 milhões aos trabalhadores. Os outros R$24 milhões serão divididos após reunião entre os sindicatos, empresários e representantes da CCR Metrô Bahia.
Com a demora para os repasses, os rodoviários se reuniram para paralisar os ônibus do sistema metropolitano, sob responsabilidade da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba), nesta quarta-feira, a fim de cobrar o pagamento.
Sem ônibus nas ruas, a Secretaria de Trânsito, Transporte e Ordem Pública (SETTOP) de Lauro de Freitas disponibilizou vans para reforçar o sistema de transporte municipal alternativo, a partir das 5h, nos principais pontos de ônibus da cidade. No entanto, a demanda não foi suficiente para contemplar toda a população que faz uso do serviço, gerando longo tempo de espera nos pontos e cobranças abusivas de transportes alternativos.
“Foi muito complicado [pela manhã], fui pego de surpresa. Os transportes alternativos se excederam nos valores. Muita gente chegou atrasada nos destinos. Um percurso que eu faria em meia hora ou 40 minutos, eu levei quase três horas. No meu retorno para Salvador, estou tendo que voltar com um amigo”, reclamou o mestre de obras Silvio Soledad, de 54 anos.
A gerente comercial Sheila Fraga, 33, reside em Catu de Abrantes e trabalha em Salvador. Diariamente, ela usa dois ônibus e um metrô para ir ao trabalho. O primeiro ônibus é da sua casa até a Estação Aeroporto, que passa em um intervalo de uma hora. Hoje, sem o ônibus metropolitano, Sheila precisou usar um transporte por aplicativo. “Não tinha van, não tinha nada. Eu tive que pegar um Uber, porque não podia faltar ao trabalho. Cheguei super atrasada e tive que desembolsar um valor alto porque estava tudo travado [no trânsito]”, relatou.
Após o acordo entre os sindicatos, a prefeitura de Lauro de Freitas e a Seinfra, a gestão municipal de Lauro de Freitas informou que a circulação de ônibus estava voltando ao normal “aos poucos”.
A Agerba foi procurada para posicionamento a respeito da paralisação, mas afirmou que a Seinfra já havia esclarecido toda a situação
Contatada, a Seinfra disse que na reunião realizada durante a manhã, na sede da pasta, os recursos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre os subsídios para o passe livre dos idosos também foram tema de discussão entre as partes. Ainda, apontou que após o retorno do documento da Sindmetro, com propostas e o modelo de divisão de valores da PEC das empresas, a Seinfra, a Agerba e outros órgãos da Administração Estadual farão uma avaliação a fim de atender as demandas feitas pelo representante dos rodoviários metropolitanos.
Fonte: Correio da Bahia