O papa Francisco voltou a defender a importância do movimento sindical para a classe trabalhadora. “Os sindicatos são chamados a serem a voz de quem não tem voz”, declarou o pontífice nesta segunda-feira (20), no Vaticano, durante encontro com 6 mil lideranças e trabalhadores ligados à Confederação Geral Italiana do Trabalho.
Em 2017, ao receber representantes da mesma entidade, o papa já havia demonstrado apreço ao sindicalismo. “Não existe uma boa sociedade sem um bom sindicato – e não há um bom sindicato que não renasça todos os dias nas periferias”, afirmou Francisco na ocasião. Agora, cinco anos depois, o líder religioso renovou seu apoio às lutas sindicais. “Não há sindicato sem trabalhadores e não há trabalhadores livres sem sindicatos”, enfatizou.
Para Francisco, três preocupações sobressaem hoje no mundo do trabalho. A primeira delas é com a segurança dos trabalhadores. Em seu discurso, o papa lamentou o elevado número de mortes e acidentes trabalhistas. “Cada morte no trabalho é uma derrota para toda a sociedade. Não permitamos que ponham o lucro e a pessoa no mesmo patamar”, afirmou.
Outra inquietação apontada pelo pontífice é com a exploração do trabalhador. O papa criticou tanto o trabalho precário quanto o análogo à escravidão, além das jornadas exaustivas: “Há pessoas que, apesar de terem um emprego, não conseguem sustentar suas famílias e ter esperança no futuro”, salientou.
Por fim, Francisco se declarou preocupado com a situação dos jovens e das mulheres. De acordo com o papa, a juventude é submetida cada vez mais a contratos de trabalho “precários, inadequados e escravizantes”.
Com relação às mulheres trabalhadoras, o líder da Igreja Católica cobrou isonomia salarial. “A dignidade humana é pisoteada pela discriminação de gênero. Por que uma mulher deveria ganhar menos que um homem?”, questionou.