PUBLICADO EM 17 de jun de 2021
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UNI Américas defende o fortalecimento dos Sindicatos

Fortalecer a Sindicalização; Entender os novos desafios das Negociações Coletivas, Aperfeiçoar a Comunicação Sindical em todos os meios e Impulsar as negociações por novos Acordos Marcos Mundiais para os sindicatos e os trabalhadores seguirem enfrentando a pandemia, que está longe de acabar, são os pontos estratégicos de discussão na 6ª Conferência Regional da UNI Américas ICTS, que ser realiza, de forma on-line, entre 12 e 16 horas (horário de Brasília) nos dias 15 e 16 de junho 2021.

O tema da 6ª Conferência é Novos Tempos, Novos Desafios: Defender os Direitos e Avançar Mais.

A Federação Livre, filiada à UNI Global Union, compõe o setor ITCS – Tecnologia e Indústria de Serviços (ICTS) e marca presença na 6ª Conferência com o presidente, Luis Antônio Souza da Silva, diretores e trabalhadores em Telecomunicações nas operadoras, empresas de rede e teleatendimento.

A Uni reúne centenas de Sindicatos Setoriais Globais, representando 20 milhões de trabalhadores em Limpeza e Segurança, Comércio, Finanças, Jogos, Gráfica e Embalagem, Cabelo e Beleza, Informação, Comunicação, Tecnologia e Indústria de Serviços (ICTS), Mídia, Entretenimento e Artes, Correios e Logística, Previdência privada e seguro social, esportes, trabalhadores temporários e agenciados e indústrias de turismo, bem como profissionais e gerentes, mulheres e jovens.

Enfrentamos uma conjuntura que alia três fatores que estão presentes em maior ou menor grau em quase todos os países: 1-Pandemia prolongada; 2-Crise Econômica e 3-Crise Política.

A articulação desses três fatores e seus desdobramentos, mostra bem as dificuldades por que passa a maioria dos trabalhadores na região.

A pandemia nas Américas chegou oficialmente em março/2020 quando se decretou o estado de emergência em vários países e várias fronteiras foram fechadas. O despreparo verificado em praticamente todos os países da região para lidar com a pandemia, a falta de sistemas públicos de saúde eficientes para enfrentar um drama de proporções enormes, as dificuldades de se encontrar formas de ajudar os trabalhadores a se manterem durante a pandemia, como auxílios econômicos emergenciais e ajuda aos pequenos e médios empresários e comerciantes e um negacionismo político e ideológico em relação à pandemia, resultaram numa gestão da crise da COVID-19 quase catastrófica em grande parte dos países da região.

Os sindicatos se viram diante de novos desafios, alguns, como o teletrabalho, já se previa seu crescimento em alguns anos, mas a pandemia obrigou as entidades sindicais a enfrentarem esses desafios de forma imediata, com muita criatividade e espírito de luta. Prevenção, protocolos de saúde, teletrabalho, mobiliário e condições adequadas para o trabalho a ser realizado no lar, custos das empresas que de um momento para outro foram para os trabalhadores, falta do direito de desconectar-se, demissões, reduções de salário, dificuldades com planos de saúde privados, direitos trabalhistas afetados e inclusive o distanciamento forçoso num primeiro momento dos sindicatos em relação aos trabalhadores em função do teletrabalho, foram alguns desses desafios e problemas enfrentados pelas organizações sindicais.

Em paralelo, muitas entidades perderam associados, fosse pelas demissões, fosse por aposentadorias antecipadas, renúncias voluntárias, etc, afetando sobremaneira os orçamentos das entidades sindicais, ao mesmo tempo em que os dirigentes tinham dificuldade de contactar os trabalhadores para implementar campanhas de sindicalização, num momento em que a ausência de contato e a permanência de boa parte dos trabalhadores em teletrabalho tornava mais complicado ter acesso a esses empregados para buscar organizá-los e sindicalizá-los.

Os sindicatos se mobilizaram para negociar com as empresas para evitar a perda de empregos, a perda de salários, de direitos consagrados nas legislações e nos Acordos Coletivos, de novas normas de higiene, segurança e saúde nos locais de trabalho, de regulamentação especificas para o setor de telecomunicações para o exercício do teletrabalho. A pandemia, ainda que maneira trágica, impôs aos sindicatos a necessidade positiva de revisar seus processos coletivos negociais de maneira a garantir aos trabalhadores as melhores e mais seguras condições de trabalho. Esta mobilização dos sindicatos se verificou em todas as empresas onde os sindicatos têm trabalhadores/as organizados/as, quer nas empresas de Centros de Contato, que são muitas na região, quer nas empresas de telefonia e cabo como a Telefónica, América Móvil e Liberty Global.

Ainda que estejamos em um processo de adaptação, os sindicatos também encontraram a necessidade de encontrar novas formas de comunicação, difusão e atuação nas redes sociais e buscar maneiras de entrar em contato direto com os trabalhadores que estavam em teletrabalho (em algumas empresas entre 80 % e 90% dos trabalhadores entraram em regime de teletrabalho).

A atuação dos sindicatos nas redes sociais tomou novas proporções e novos contornos, obrigando as entidades a adaptarem linguagem, mensagens e buscar novas formas de campanha na busca pela aproximação e organização dos trabalhadores. Somadas às experiências que os sindicatos já tinham em comunicação e redes sociais, novas ferramentas ganharam importância junto às entidades e outras começam a ser exploradas como estratégicas para estar próximos aos trabalhadores de diferentes formas, exigindo dos dirigentes novas formas de comunicar-se, o que se apresentou como uma dificuldade no início, hoje mostra ser não apenas uma necessidade, mas uma oportunidade, e ferramentas como Instagram, Linkedin, Pinterest, capacitações profissionais e politicas através de cursos online, passaram a ser melhor exploradas pelas entidades e ao mesmo tempo os sindicatos na região e em todo mundo começaram a realizar workshop virtuais de estratégias de comunicação e campanha nas redes sociais, bem como buscar formas eficientes e seguras de sindicalização em linha, ou seja, virtual, através dos sites das entidades sindicais.

Os Acordos Marcos Globais firmados pelos Sindicatos Globais, em particular a UNI Global Union, também ganharam nova importância em função da necessidade de se implementar protocolos comuns aos trabalhadores de uma mesma empresa em diferentes partes do mundo. Um exemplo importante em relação à força dos Acordos Marcos, foi, a assinatura, ainda em 2019, do Anexo ao Acordo Marco UNI – Telefónica do Direito a Desconexão, que foi um elemento importante para os sindicatos negociarem com a empresa em níveis locais, mas também foi um embrião para se pensar e regulamentar o teletrabalho. Em 2020, já em meio a pandemia, a Aliança sindical UNI Américas ICTS Telefónica assinou um novo Anexo ao Acordo Marco tratando dos procedimentos e cuidados de volta ao trabalho quando fosse possível, isto é, quando a pandemia estiver sob controle.

Os Centros de Contato ganharam importância durante a pandemia face a necessidade de se realizar o trabalho junto aos clientes de forma remota. A organização desses trabalhadores de centros de contato torna-se ainda mais estratégica para o setor de Telecomunicações. A campanha mundial por um Acordo Marco Global com a Teleperformance ganha novos contornos, na medida em que a empresa segue expandindo-se em vários países da região como Colômbia, México, Jamaica, El Salvador e República Dominicana, além dos países em que a empresa já tinha forte presença como o é o caso do Brasil.

Plano de ação
Nesse sentido, UNI Américas ICTS propõe:

-Apoiar as campanhas de sindicalização e implementação de campanhas virtuais de afiliação online, nas redes sociais, nos sites dos sindicatos e nas redes sociais.
-Promover seminários, debates e pesquisas para identificar, em detalhe, as novas necessidades dos trabalhadores em nesse novo momento do Novo Mundo do Trabalho e a tradução dessas necessidades em processos de negociação coletivas e celebração de Acordos Coletivos que deem conta dessas necessidades, considerando questões como o teletrabalho e seus desdobramentos como o direito à desconexão, custos para os trabalhadores realizarem o teletrabalho. A realização de um levantamento abrangente que identifique as necessidades e sentimentos dos trabalhadores em relação ao teletrabalho é outra tarefa do setor de ICTS.
-Apoiar e promover o aprofundamento do conhecimento da implantação da Rede Neutra e 5G e suas transformações nas comunicações, entender como será o novo perfil do setor e quais serão os desafios com os novos entrantes – provedores de internet – no setor sob este guarda-chuva de transformações radicais nas telecomunicações.
-Fortalecer os Acordos Marcos existentes e aumentar as campanhas e atividades buscando novos Acordos Marcos Mundiais no setor, como é o caso da Teleperformance e da América Móvil – Claro
-Trabalhar no Caribe e em coordenação com outros sindicatos em outros países onde a Liberty Global tem feito investimentos e parcerias para que haja um diálogo efetivo com as organizações sindicais.
-Seguir promovendo webnars sobre comunicação sindical estratégica nas redes sociais e sites das entidades, e workshops sobre campanhas de organização e sindicalização.
-Incentivar as organizações sindicais a identificar os novos desafios face à saúde ocupacional, física e mental, seja em regime de teletrabalho ou em novos locais de trabalho que estão passando por alterações para se adaptarem à pandemia e pós-pandemia.
-Apoiar os sindicatos na organização dos trabalhadores em empresas de Centros de Contato que tem forte presença na região.

Fonte: FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES EM TELECOMUNICAÇÕES NO AMAZONAS, CEARÁ, ESPÍRITO SANTO, PERNAMBUCO, RIO GRANDE NORTE, RIO DE JANEIRO E RONDÔNIA

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