PUBLICADO EM 21 de dez de 2017
COMPARTILHAR COM:

Um “tempero” que fez o mundo dançar

A origem da salsa, como é conhecida atualmente, tem muitas explicações, mas todas elas remetem para a música afro-caribenha, em especial à música cubana. Em especial ao “son montuno”, nos anos quarenta, um gênero musical cubano, ao qual foram agregados outros ritmos da região, como o mambo, o cha-cha-cha e a rumba.

Rodney (William Márquez) diretor artístico na famosa casa noturna de Havana, “El Tropico”, dança com membros do grupo de dança IFE-ILE.

Por Fernando Rosa

A salsa talvez seja, depois, ou junto, do tango, do bolero e, mais modernamente a cumbia, o ritmo que mais integrou-se ao universo musical da América Latina. Atualmente, grupos jovens atualizam o gênero, com referência nos clássicos, enquanto outros, como o colombiano Meridian Brothers, agregam à salsa influências modernas, via música eletrônica. Antes, nos anos sessenta, uma composição de Tito Puente, “Oye Como Va”, gravada pelos mexicanos-americanos Santana, tornou o gênero familiar do universo roqueiro.

A origem da salsa, como é conhecida atualmente, tem muitas explicações, mas todas elas remetem para a música afro-caribenha, em especial à música cubana. Em especial ao “son montuno”, nos anos quarenta, um gênero musical cubano, ao qual foram agregados outros ritmos da região, como o mambo, o cha-cha-cha e a rumba. Outros ingredientes da fusão são o merengue da República Dominicana, o calipso de Trinidad e Tobago e a cumbia colombiana. Com o passar dos anos, cada país desenvolveu seus respectivos gêneros, ficando para a Colômbia, em especial para a cidade Cali, a alcunha de “capital mundial da salsa”.
 
Uma das teorias mais difundidas tem como base exatamente um grupo de Cuba, La Sonora Matancera, a quem é atribuída a criação da expressão “salsa”. Outra versão diz que a salsa surgiu nos bairros latinos de Nova York no início dos anos 70, tese corroborada pelo trabalho do grupo Lebron Brothers, de origem porto-riquenha, que brilhou nessa época. As duas teses, evidentemente, não são excludentes, ao contrário, se completam.
 
Fundada em 1964, em Nova York, pelo compositor e band-leader dominicano Johnny Pacheco e pelo ítalo-americano Jerry Masucci, a gravadora Fania Records impulsionou o gênero mundialmente. Inicialmente especializada em música afro-caribenha tradicional, Fania Records tornou-se conhecida por fomentar o que, alguns anos mais tarde, viria a ser conhecida como salsa. Passaram pela gravadora nomes como Ray Barreto, Célia Cruz, Rubén Blades e Héctor Lavoe, entre outros.
 
Outra referência fundamental para a história da salsa é a gravadora Discos Fuentes, fundada em 1934, em Cartagena, mas baseada definitivamente em Medellín. Espécie de Motown da música latina, Discos Fuentes também foi o grande estúdio de onde partiram os registros mais importantes da música colombiana nos anos sessenta e setenta. Em 2012, os músicos e produtores Will Holland e Mario Galeano gravaram nos estúdios da Discos Fuentes a obra coletiva Ondatropica, espécie de tributo à música colombiana.
 
Entre os nomes mais importantes da salsa estão músicos das mais diferentes nacionalidades da América do Sul, mas principalmente da América Central e do Caribe. Tito Puente, Celia Cruz, Johny Pacheco, Ray Barreto, Hector Lavoe, Willie Colón (La Fania), Larry Harlow, Eddie Palmieri, Richie Ray y Bobby Cruz, Willie Colón, Héctor Lavoe e Ismael Rivera, entre outros. Uma infinidade de discos gravados desde então, ainda disponíveis em catálogo, perpetuam um dos ritmos mais alegres e dançantes produzidos no mundo.
Ouça Salsa no Spotify
Fernando Rosa é jornalista, produtor cultura e editor do portal Senhor F.

ENVIE SEUS COMENTÁRIOS

QUENTINHAS