A União Geral dos Trabalhadores no Estado do Rio de Janeiro (UGT-RJ) sediou, entre os dias 15 e 16 de dezembro, a Oficina sobre Direitos Trabalhistas e Cidadania para Imigrantes.
O evento, promovido pela Solidarity Center e CDHIC (CENTRO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA DO IMIGRANTE) contou com a presença de Pedrinha Lasmar, da UGT-AM e reuniu representantes de diversos sindicatos com a proposta de debater a situação dos trabalhadores e trabalhadoras imigrantes, assim como o acolhimento dessas pessoas também pelo movimento sindical. “Em especial na questão venezuelana, as vezes vamos em um sindicato e somos informados de que não tem trabalhadores imigrantes nas bases, mas quando nos aprofundamos, em determinado setor, percebemos que há muito mais trabalhadores imigrantes do que tal sindicato pudesse imaginar”, explicou Pedrinha.
“Quando começamos a olhar a nossa volta, percebemos que tem muito trabalhador que está sendo esquecido pelos sindicatos”, esclareceu Lamas.
Para ela, o movimento sindical não está preparado para essa questão imigratória, seja por parte dos trabalhadores e trabalhadoras que faram espanhol, em que teoricamente menos complicado por ser uma língua mais próxima do português, quanto em relação aos afegãos, em que muitos chegam no Brasil sem ao menos falar inglês, apenas o persa, a língua oficial do Afeganistão.
“Nossa ideia é preparar os sindicatos para atender esses trabalhadores, pois as entidades não estão preparadas para receber os imigrantes, poque ele (a) vem ali com várias situações, seja de documentação, a barreira da língua, entre tantos outros casos. No Amazonas temos uma problema seríssimo, porque as ONGs interiorizam, enviando os trabalhadores (as) para outros estados, porém como muitos não dominam o português, eles (as) acabam assinando contratos que nem sabem o que é, depois são abandonados pelo patrão e muitas vezes ficam pelas ruas”, disse Pedinha.
A UGT- AM, numa parceria pioneira com Solidarity Center fundou a Associação dos Venezuelanos no Estado do Amazonas (ASOVEAM), projeto que visa fazer com que os sindicatos entendam que é preciso ajudar esses venezuelanos, acolhendo esse trabalhador (a) imigrante. “Em contrapartida é feito um trabalho de conscientização da importância do sindicato na vida deles”, concluiu Lasmar.
Imigrantes em São Paulo
Durante a sétima edição do Mutirão de Emprego, realizado pela UGT e o Sindicato dos Comerciários de SP (SECSP), três imigrantes afegãos que não falavam português e apensa um falava inglês e houve uma dificuldade imensa de comunicação.
Diante desse empasse, o SECSP criou o Comitê do Imigrante e firmou acordo de cooperação técnica com o Instituto Educação sem Fronteiras, para encaminhamento de imigrantes e refugiados.
Fonte: UGT