Com base no índice de Gini, indicador utilizado para medir a desigualdade, os pesquisadores concluíram que o índice de desigualdade é praticamente igual, considerando todos os trabalhadores ou com apenas as pessoas em trabalho remoto. O pesquisador Geraldo Góes, um dos autores do estudo, ressalta que, independente da pandemia de Covid-19, a desigualdade de renda permanece elevada no país e o percentual da massa de rendimentos gerada pelas pessoas em trabalho remoto continua sendo praticamente o dobro do percentual de pessoas ocupadas que estão em home office.
O perfil de quem está em home office segue estável em relação ao mês anterior. Em outubro, a maioria das pessoas em trabalho remoto eram mulheres (56,9%), da cor branca (65%), com nível superior completo (76%) e idade entre 30 e 39 anos (32%). Segue o predomínio do setor formal no teletrabalho (84,1%), que equivale a 6,4 milhões de pessoas, enquanto os outros 15,9% dos trabalhadores estavam na informalidade (1,2 milhão de pessoas). Na desagregação por atividade, 44,3% das pessoas em home office estavam em atividades de serviços, 38,4% no setor público, 7% na indústria e 4,9% no comércio. A maior concentração de pessoas trabalhando remotamente ainda segue no Sudeste (58,4%).
Na análise por unidade federativa, o Distrito Federal segue na liderança do ranking, com 32,98% da massa rendimentos efetivamente recebida por trabalhadores em home office, seguido pelo Rio de Janeiro, com 29,14% e São Paulo, com 24,15%. O Mato Grosso é o estado com o menor percentual (6,78%).
As estimativas do estudo intitulado O trabalho remoto e a pandemia: a manutenção do status quo de desigualdade de renda no país foram calculadas com base na Pnad Covid-19, divulgada pelo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O documento é assinado por Geraldo Góes, Felipe Martins e José Antônio Nascimento.
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Fonte: IBGE
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