Trabalhadores da montadora Volkswagen (VW) entraram em greve, convocada pelo sindicato da categoria, IG Metall.
A paralisação ocorreu em nove locais da VW, envolve praticamente todas as fábricas da Volkswagen na Alemanha. Segundo o sindicato, mais de 10 mil trabalhadores participaram e protestaram. A IG Metall reivindica que os trabalhadores da VW recebam aumentos salariais. No entanto, a VW argumenta que isso não é viável.
Um dos motivos é que a empresa está vendendo menos carros do que antes. Existe o risco de fechamento de fábricas, o que pode levar à perda de emprego de milhares de pessoas. A VW faz parte do grupo Volkswagen, o maior fabricante de automóveis da Europa. Na Alemanha, quase 300 mil pessoas trabalham para a empresa. As greves de advertência devem continuar.
Crise na Volkswagen
Segundo o jornal DW, a montadora Volkswagen está enfrentando uma grave crise. O movimento, que cresce desde antes de setembro, conforme informou o Rádio Peão, cresceu desde então, e abrange centenas de trabalhadores.
No centro de produção da Volkswagen em Hannover, funcionários se reuniram diante do Portão 3, exibindo cartazes com dizeres como “Vocês querem guerra? Estamos prontos!” e agitando as bandeiras vermelhas do influente sindicato IG Metall, informou o DW.
Luta entre salários e cortes
Dono de marcas como Audi, Porsche, Skoda e Seat, o grupo Volkswagen, declarou que “respeita os direitos dos trabalhadores” e busca um “diálogo construtivo” para encontrar uma solução coletiva duradoura. Durante a greve, a empresa tomou medidas para assegurar a entrega de itens urgentes.
As negociações salariais devem ser retomadas em 9 de dezembro. Os trabalhadores em Hannover apoiam o sindicato IG Metall, que busca organizar “a maior greve que a VW já viu”. As greves de advertência podem se intensificar em janeiro.
Crise no coração da indústria alemã
A greve ocorre em meio a uma crise profunda na indústria automotiva alemã, pressionada pela queda na demanda na Europa e pela forte concorrência chinesa. Como a Volkswagen é o maior empregador industrial da Alemanha, seus problemas têm repercussão nacional.
Em 2023, cerca de 780 mil pessoas trabalhavam na indústria automotiva alemã, incluindo mais de 465 mil na produção de peças e componentes para fabricantes como VW, BMW e Mercedes.
A desaceleração afeta também outros fabricantes. Mercedes planeja cortar bilhões de euros em custos, a Continental vai demitir 7.150 funcionários globalmente, enquanto a Bosch prevê a eliminação de até 5.550 postos. A Ford também anunciou o corte de 2.900 empregos na Alemanha, enquanto o fornecedor ZF pode eliminar 14.000 posições, e o grupo Schaeffler, 4.700.
Em meio às negociações, os trabalhadores da fábrica de Osnabrück já fecharam um novo acordo coletivo e não participam da greve. Nos outros locais, os trabalhadores propuseram colaborar com economias de 1,5 bilhão de euros, desde que o fechamento de fábricas na Alemanha fosse descartado.
Luta histórica
O Sindicato alertou que, se a VW insistir nos cortes, a empresa enfrentará uma luta histórica. O sindicato exige aumentos salariais de pelo menos 7%, enquanto o conselho da VW propõe cortes de até 10%. Além disso, o grupo planeja fechar três fábricas, citando a queda na demanda por veículos elétricos.
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