Os motoristas de caminhão de coleta de lixo da Grande Vitória, região metropolitana do estado do Espírito Santo decidiram, a partir de deliberação do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte do Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários), entraram em greve. A decisão ocorreu por não concordarem com o reajuste oferecido pelo Sindicato Estadual das Empresas de Limpeza Urbana (Selures), ou seja, os sindicatos dos patrões.
O anúncio que iam entrar em greve havia sido dado na última terça-feira (10), e cumprido na quinta-feira (12). Os motoristas passaram a trabalhar com reduzida de apenas 30%. A greve já afeta cerca de 20 municípios, 6 na região metropolitana e mais 14 no interior do estado.
O Selures, sindicato patronal a fim de fazer os trabalhadores trabalharem a qualquer custo, ignorando o compromisso com os trabalhadores, entrou com recurso judicial junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES), exigindo que fosse mantida uma frota de pelo menos 70% de caminhões rodando, sob multa de R$ 50.000 ao Sindirodoviários, em caso de descumprimento.
O sindicato dos patrões declarou que desde setembro de 2020 vem tentando negociar com a categoria. Declararam que, durante a pandemia, o serviço tornou-se ainda mais essencial pela necessidade de limpeza da cidade durante a pandemia de coronavírus e que, por isso, os trabalhadores não poderiam parar.
No entanto, os patrões agem, através da Selures, agem de modo canalha. É justamente pela importância do serviço na pandemia e pelo aumento do risco de trabalho da categoria durante o período, que o reajuste deve ser ditado pelos trabalhadores, aqueles que estarão colocando a mão na massa, correndo o risco no dia a dia. Ainda mais com os hospitais abarrotados de doentes, aparecendo agora uma 2ª onda de infectados.
As prefeituras das cidades atingidas, recebendo pressão da população, procuram manter uma comunicação com os empresários, pressionando ainda mais os trabalhadores. A Secretaria Municipal de Serviços da cidade de Serra (Semserv), fingindo que a responsabilidade de limpeza da cidade não é dela, declarou que a população precisa ter paciência, pois o problema em questão não tem a ver com ela, e sim com os trabalhadores e os patrões.
A única saída para conquistar condições de trabalho minimamente dignas é a greve dos motoristas. As prefeituras e o sindicato dos patrões mostram a todo momento que não se importam com a situação e risco dos trabalhadores. É preciso fortalecer a atuação do Sindirodoviários e, com os trabalhadores em greve, pressionar os patrões canalhas e a prefeitura que está a serviço dos empresários. É preciso mostrar à população que a limpeza da cidade depende exclusivamente dos trabalhadores da coleta de lixo, e não dos empresários.
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