Dois importantes sindicatos da indústria agroexportadora da Argentina, uma das principais fornecedoras de alimentos do mundo, anunciaram nesta segunda-feira que realizarão uma greve por tempo indeterminado a partir da manhã de terça-feira.
Os trabalhadores da indústria de oleaginosas e os inspetores de grãos locais exigem um reajuste salarial em meio à alta inflação que afeta há anos a Argentina, a maior exportadora global de óleo e farelo de soja.
“Em nenhum momento as câmaras patronais tiveram vontade de negociar e, muito pelo contrário, têm procurado empurrar para o conflito todas as organizações sindicais do setor”, disseram as duas entidades em um comunicado conjunto.
O protesto, que terá início às 9h (GMT), foi anunciado pela Federação dos Trabalhadores do Complexo Industrial Oleaginoso, Beneficiadores de Algodão e Afins da República Argentina (FTCIODyARA), que não envolve as principais fábricas do norte de Rosário, e pelo Sindicato dos Recebedores de Grãos e Anexos da República Argentina (Urgara).
As manifestações salariais, comuns no agronegócio argentino, se intensificaram nos últimos meses, após a pandemia de coronavírus dificultar as negociações entre as empresas e os trabalhadores.
“As negociações da paridade (salarial) estão paralisadas devido às ‘reivindicações excessivas e de cumprimento impossível’ que colocam em risco a única fonte de ingresso de divisas do país”, afirmou em comunicado a Ciara-Cec, câmara de empresas agroexportadoras.
Tanto a Urgara quanto a federação deram início em setembro às medidas de força, nas quais a intermediação do governo não conseguiu evitar o conflito.