Metalúrgicos da General Motors e seus familiares protestaram pelo cancelamento das demissões arbitrárias, na manhã desta quarta-feira (25).
Em gesto simbólico, eles fizeram um varal com cerca de 100 uniformes de trabalho e mensagens de luta na porta da unidade de São José dos Campos.
Os trabalhadores da GM entram no terceiro dia de greve contra as demissões feitas por e-mail e telegrama desde o dia 21 de outubro.
Apenas ontem à noite, a empresa informou ao Sindicato o número de dispensados: cerca de 800 na planta de São José.
Um novo ato será realizado nesta quinta-feira (26), às 9 horas, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (Rua Maurício Diamante, 65, Centro, São José dos Campos).
“Com o varal de uniformes, os trabalhadores simbolizam a luta em defesa de seus empregos e chamam a atenção da sociedade para que todos se unam a essa mobilização. Seguiremos firmes na greve e na batalha para cancelar os cortes arbitrários”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Valmir Mariano.
Metalúrgico pendura uniforme em frente à GM.
Reunião na Secretaria da Fazenda
Após cobrança dos sindicatos dos metalúrgicos que representam os trabalhadores da GM em São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes, o Governo de São Paulo agendou uma reunião com as entidades.
O encontro está marcado para esta quarta-feira (25), às 17 horas, com o secretário da Fazenda e Planejamento Samuel Yoshiaki Oliveira Kinoshita, em São Paulo.
As entidades ainda aguardam retorno sobre reunião com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Os três sindicatos dos metalúrgicos também enviaram carta ao governo Lula (PT) solicitando reunião com a Presidência e o Ministério do Trabalho em caráter de urgência para discutir medidas em socorro dos trabalhadores.
As entidades aguardam o agendamento.
Mobilização
Desde sábado (21), o Sindicato mobiliza os trabalhadores da GM contra as demissões. Em assembleias no domingo e na segunda, os metalúrgicos aprovaram a greve por tempo indeterminado.
Como os desligamentos em massa também atingiram as unidades de Mogi das Cruzes e São Caetano do Sul, a greve e a luta são unificadas.
Em nota conjunta, os três sindicatos que representam os trabalhadores repudiam a ação da montadora, que desrespeitou acordos de layoff e estabilidade previamente firmados e descumpriu a legislação que obriga empresas brasileiras a negociar com sindicatos qualquer intenção de demissão coletiva.
Em São José dos Campos, a GM tem cerca de 4 mil trabalhadores e produz os modelos S10 e Trailblazer, motores e transmissão. A greve resultou na interrupção da produção de aproximadamente 150 unidades por dia.