PUBLICADO EM 28 de jan de 2021
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Trabalhador não pode pagar o preço dos ajustes fiscais ou do auxílio financeiro

Foto: Jaélcio Santana

Em nota, divulgada no início da tarde desta quinta-feira (28), a Força Sindical defendeu que o Governo Federal financie medidas que possibilitem o corte de jornadas e salários. De acordo com a nota, assinada por Miguel Torres, presidente da Entidade, o governo não pode usar o  contra “o tendencioso argumento dos limites fiscais para fazer do povo refém das políticas antissociais que marca o planalto desde 2019”.

O posicionamento da Central veio após o governo anunciar que estuda financiar a compensação paga pelo diretamente ao trabalhador com recursos do FAT, considerando-a como uma antecipação do Seguro Desemprego a que tem direito o trabalhador. “Desta forma o próprio trabalhador pagaria a conta”, diz o texto.

Miguel ressalta no texto que Seguro Desemprego é uma conquista fundamental dos trabalhadores, garante apoio financeiro por tempo determinado ao trabalhador com carteira assinada demitido sem justa causa. “Tal medida, se aprovada, vai desproteger ou reduzir a proteção os trabalhadores nos momentos mais angustiantes de desemprego.”

Confira a seguir a nota na íntegra:

Nota da Força Sindical

Medidas de corte de jornadas e salários devem ser financiadas pela União sem onerar o trabalhador

Para contornar o gigantesco desemprego o governo Bolsonaro cogita resgatar medidas de suspensão de contrato de trabalho ou redução na jornada de trabalho com corte proporcional nos salários. Mas vale-se do tendencioso argumento dos limites fiscais para fazer do povo refém das políticas antissociais que marca o planalto desde 2019.

Como via para “driblar” as restrições fiscais, o Ministério da Economia estuda financiar a compensação paga pelo diretamente ao trabalhador com recursos do FAT, considerando-a como uma antecipação do Seguro Desemprego a que tem direito o trabalhador. Desta forma o próprio trabalhador pagaria a conta.

O Seguro Desemprego é uma conquista fundamental dos trabalhadores, garante apoio financeiro por tempo determinado ao trabalhador com carteira assinada demitido sem justa causa. Não se pode confundir a suspensão do contrato de trabalho ou os acordos de redução de jornada com redução proporcional dos salários com demissão. Tal medida, se aprovada, vai desproteger ou reduzir a proteção os trabalhadores nos momentos mais angustiantes de desemprego.

A Força Sindical repudia qualquer tentativa de jogar o preço dos ajustes fiscais ou do necessário auxílio financeiro à população nas costas dos trabalhadores. Defendemos a retomada do pagamento do auxílio Emergencial no valor de R$ 600,00 mensais, encerrado em setembro de 2020. No caso da reedição do programa de suspensão de contrato de trabalho ou redução na jornada de trabalho com corte proporcional nos salários, que a compensação paga pelo governo diretamente aos trabalhadores seja feita com recursos do Orçamento da União, sem tocar no Seguro Desemprego.

Ademais, consideramos fundamental, para garantir direitos e melhores condições aos trabalhadores, que tais acordos sejam realizados com a participação obrigatória dos sindicatos.

São Paulo, 28 de janeiro de 2021

Miguel Torres
Presidente da Força Sindical

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