PUBLICADO EM 15 de dez de 2020

Terceirizados são 10 vezes mais que trabalhadores formais

Em outubro deste ano, foram contratados 30,7 mil trabalhadores temporários, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)

Edilson Rodrigues/Agência Senado

A Reforma Trabalhista, proposta pelo governo de Michel Temer (MDB) e aprovada no Congresso Nacional em 2017, legalizou o trabalho temporário e o inseriu na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Esta modalidade de contratação retira direitos históricos dos trabalhadores e enfraquece suas organizações sindicais. Os empregadores não precisam pagar direitos e podem demitir arbitrariamente. Ou seja, a insegurança é crônica para os trabalhadores e suas famílias. Em épocas de crise como a atual, os patrões se aproveitam para aumentar ainda mais a exploração.

Em outubro do corrente ano, foram contratados 30,7 mil trabalhadores temporários, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Governo Federal. O número representa 7,7% do total de vagas criadas neste mês e o maior número desde 2008.

O índice de contratações em empresas especializadas em trabalhos temporários cresceu 25% quase 10 vezes mais do que no mercado formal de trabalho (2,3%), entre de junho e outubro deste ano.

O avanço do trabalho temporário significa uma escravização de amplas parcelas da classe trabalhadora. Como consequência do golpe de Estado de 2016, foi aprovada a lei das terceirizações gerais, que permite a terceirização total na economia.

Os políticos afirmavam que a retirada de direitos teria um efeito positivo para a economia, na medida em que rebaixaria os custos de contratação para os patrões, o que acarretaria o aumento do emprego. As entidades patronais defendem incondicionalmente a reforma trabalhista e as terceirizações.

É importante recordar que Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) tentaram desfigurar a noção jurídica de trabalho escravo e desmontar as parcas estruturas que podiam constatar a existência de escravos e resgatá-los. O projeto era manipular a legislação e impedir que um patrão pudesse ser processado por escravizar trabalhadores.

É preciso a mobilização da classe operária e suas organizações políticas e sindicais contra a retirada dos direitos históricos dos trabalhadores. Somente a luta nas ruas e as greves de massas podem resultar na revogação da reforma trabalhista e no fim do trabalho terceirizado. A essência do golpe de Estado consiste no avanço do imperialismo e da burguesia nacional sobre todas as conquistas oriundas da luta das massas, mesmo os direitos democráticos mais elementares. Não à toa que o regime político golpista adquire características abertamente ditatoriais.

com informações do Diário Causa Operária

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