Em reunião com dirigentes do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), que foram reivindicar medidas para conter a violência contra aeroviários nos aeroportos brasileiros, representantes do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA) reconheceram que a situação é delicada e informaram que a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) já busca soluções.
Entre as medidas está uma mudança na Portaria 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), sobre os direitos e deveres dos passageiros e companhias do setor, desde a oferta do serviço até as obrigações posteriores à sua execução.
Também está em tramitação no Congresso Nacional o Projeto de Lei (PL) nº 3111, do deputado Coronel Tadeu (PSL), que foi piloto de helicóptero, que tem como objetivo resguardar os profissionais da aviação em possíveis casos de violência.
Como ambas as propostas, inicialmente, têm foco na categoria dos aeronautas, elas são revistas para que possam beneficiar também os profissionais que atuam em terra, segundo a SNA.
Relatos de violência
Na reunião com o setor patronal, realizada no dia 18, o presidente e diretora do SNA Luiz Pará e Selma Balbino, além do advogado responsável pela assessoria jurídica da entidade, Álvaro Quintão, relataram as constantes denúncias da categoria sobre comportamento alterado dos passageiros e falta de apoio das chefias, com agravante em casos de assédio moral cometidos por supervisores e gerentes.
Este cenário levou o SNA a criar a “Campanha de Conscientização sobre agressões nos aeroportos”. A convocação da reunião com empresas aéreas foi uma das primeiras iniciativas para combater a prática.
Durante a reunião, a direção do SNA apresentou meticulosa exposição sobre a gravidade da situação que envolve casos de violência no setor aéreo, respaldada pelo resultado de levantamento realizado junto à categoria.
O Sindicato fez uma pesquisa com profissionais da aviação civil entre os dias 11 e 18 de janeiro. Foram coletadas declarações sobre casos de agressões sofridas no ambiente de trabalho, tanto por parte dos passageiros, como dos empregadores. O relatório, que manteve em sigilo a identidade de todos os participantes, foi entregue aos representantes do SNEA.
Falta de apoio das empresas em casos de violência contra aeroviários
Um dos pontos destacados pelos representantes do SNA é a falta de apoio por parte das chefias em situações de agressão dos passageiros. Dirigentes sindicais receberam denúncias de casos em que funcionários chegaram a ser impedidos de fazer boletim de ocorrência.
O assédio, com frequência, é realizado também pelos empregadores, o que faz com que muitos funcionários se sintam em meio ao fogo cruzado.
No levantamento realizado por SNA, foram comuns os relatos de gritos, exposições a situações vexatórias, ameaças, cobranças desmedidas e total falta de apoio em casos de agressões do público usuário.
O SNEA acolheu as denúncias e se comprometeu a convocar o setor de Recursos Humanos das empresas aéreas para uma reunião, em que soluções possam ser propostas.
O SNA também sugere que agentes de check-in recebam por escrito a explicação sobre possíveis problemas técnicos ou meteorológicos que resultem em atrasos ou cancelamento de voos, para que possam prontamente esclarecer o público usuário. Além da manutenção de hospedagem e alimentação nos casos de cancelamento, já que a prática estava suspensa em função da pandemia.
Dirigentes sindicais vão seguir com a Campanha de Conscientização e pedem à categoria que acompanhe todos os nossos canais de comunicação, para que se mantenha informada sobre futuras iniciativas do SNA.
Fonte: Redação SNA