A Empresa Brasil de Comunicações (EBC), órgão da administração indireta federal, vinculada a Secretaria de Governo da Presidência da República, está demorando e até ignorando as providências necessárias apontadas pelos sindicatos de radialistas, jornalistas, servidores federais e comissão de empregados da EBC RJ para proteger os trabalhadores e as trabalhadoras em serviço presencial na empresa do novo coronavírus (Covid-19).
De acordo com denúncia dos Sindicato dos Radialistas – RJ, Sindicato dos Jornalistas do município do Rio de Janeiro, Sindicato dos Servidores Federais – RJ e da Comissão de Empregados – EBC RJ, só depois de muita pressão, a direção da empresa soltou uma nota garantindo máscaras, mas apenas para as equipes de externa do jornalismo. Os demais trabalhadores foram orientados a usar a máscara, mas não receberam o equipamento de proteção da empresa.
Foi preciso mais pressão das entidades sindicais para a EBC-RJ disponibilizar máscaras de pano para todos, além de intensificar a higienização no local de trabalho. Mas, a estatal ainda mantém apenas um fone de ouvido para profissionais que se revezam na função em que o fone é necessário.
O estado do Rio de Janeiro é o segundo colocado no ranking de casos confirmados de Covid-19, com 7.944 pessoas infectadas. O total de mortos no estado atingiu 677 pessoas, a maioria na cidade onde fica o prédio da EBC, onde, em um dia foi encontrado um trabalhador com teste positivo para a Covid-19, outro já tinha sido internado com 50% do pulmão comprometido e ainda esperava o resultado do teste, e outros 4 tinham sintomas da doença e estavam em casa, um deles com problemas respiratórios.
Os sindicatos e a comissão de empregados, que antes do teste positivo já vinha reivindicando o afastamento dos trabalhadores que tiveram contato com os seis sintomáticos, intensificou a exigência à direção da empresa.
A resposta inicial da direção da empresa foi a de que só iriam ser considerados os que tiveram contato com o empregado de teste positivo e não o contato com os demais, incluindo o empregado hospitalizado, porque não havia resultado do teste realizado.
A empresa também disse que a contagem dos 14 dias de isolamento seria a partir do último contato, o que na prática não isolaria nenhum empregado porque entre o último contato até o resultado do teste passaram-se os 14 dias e os que não manifestaram sintomas voltariam a trabalhar, mesmo sem saber se contraíram o vírus, porque a empresa até aqui se recusa a atender a reivindicação de testes para todos desde que o primeiro sintomático se verificou na empresa.
Diante da pressão das entidades, a direção da EBC está isolando os empregados que tiveram contato também com o empregado hospitalizado.
Testes para todos
A resposta da direção da EBC à reivindicação de testes para todos para que se tenha um quadro preciso da infecção entre os empregados foi a de que não há previsão orçamentária para comprar os testes.
Os Sindicatos e Comissão de Empregados recusam essa alegação e cobram também que a EBC solicite os testes aos órgãos da saúde pública, sem resposta até aqui.
Home Office
A direção da EBC tem ignorado até aqui os custos arcados pelos profissionais que estão trabalhando nas suas casas. Ignora também as condições precárias de ergometria e em alguns casos cobra metas diárias que só agravam a situação de saúde física e mental dos empregados nessa condição.
Direitos
A pressão das entidades também fez a direção da EBC recuar de suspender o pagamento da periculosidade dos profissionais que estão em isolamento por não estarem nesse período expostos aos riscos da função, conforme orientação do Ministério da Economia chefiado pelo banqueiro Paulo Guedes.
Esse adicional retirado significaria um golpe no orçamento desses empregados, que contam com esse dinheiro, por exemplo, para pagarem o plano de saúde deles e de suas famílias.
Essencial é a vida!
Os Sindicatos dos Radialistas, dos Jornalistas e dos Servidores Federais do RJ e a Comissão de Empregados da EBC RJ continuarão lutando contra a flexibilização do isolamento aos empregados que tiveram contato com empregados de teste positivo e com sintomáticos da COVID19, dos grupos de risco declarado à empresa, pelos testes para todos e por nenhum direito a menos, contra qualquer tentativa de rebaixamento dos salários.
Em resposta à alegação de falta de profissionais para manter a praça no ar num serviço considerado essencial, as entidades respondem que antes de qualquer coisa Essencial é a vida dos Trabalhadores.