PUBLICADO EM 01 de jun de 2021
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Jornalistas da BA convocam apagão na imprensa nesta 4ª

Para alertar às autoridades quanto a urgência da imunização de jornalistas e radialistas contra a Covid-19, doença que já matou mais de 462 mil pessoas no Brasil, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba), o Sindicato Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e de Publicidade no Estado da Bahia (Sinterp-BA) e a Associação Baiana de Imprensa (ABI-Bahia) convocam as categorias em todo o estado para um apagão presencial da imprensa nesta quarta-feira (2).

“O protesto da categoria pretende mostrar às autoridades que resistem à vacinação dos jornalistas e radialistas o que significa a ‘essencialidade’ da imprensa e as consequências práticas de quando este trabalho presencial não é feito”, diz Moacy Neves, presidente do Sinjorba. O sindicalista diz que o adoecimento e morte de colegas tomou ares de uma tragédia dentro da tragédia.

Segundo Neves, 221 jornalistas morreram de Covid-19 no Brasil, 142 apenas em cinco meses de 2021. Na Bahia, 26 jornalistas e radialistas perderam a vida e mais de 400 adoeceram. O setor de comunicação é o terceiro com mais desligamentos por morte desde o início da pandemia, disse o dirigente.

#Apagão presencial

A proposta das lideranças sindicais é suspender a cobertura externa durante todo o dia, concentrando o trabalho em home office, não realizar entrevistas em estúdios e/ou por telefone e vídeo, além de não divulgar releases e atos do poder público (Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público), exceto notícias de utilidade pública.

Lista de prioridades

De acordo com o site do Sindjorba, no dia 18 de maio, compreendendo o grave quadro epidemiológico observado na categoria, a Comissão Intergestores Bipartite (CIB), comitê formado pelo secretário Estadual de Saúde e secretários municipais, aprovou a inclusão dos profissionais de imprensa com mais de 40 anos e que estejam na linha de frente na lista de prioridade de vacinação contra a Covid-19 na Bahia. Porém, muitas prefeituras ainda não iniciaram a imunização deste grupo por conta de uma “recomendação” do Ministério Público Federal (MPF), feita no dia 19 de maio, para que estas não cumprissem a definição do comitê de gestores.

“Desde que a CIB aprovou a imunização e o MPF recomendou o não cumprimento da decisão, cinco profissionais de imprensa vieram a óbito na Bahia, nas cidades de Feira de Santana, Juazeiro, Xique-Xique, Itamaraju e Santo Antonio de Jesus”, informa o presidente do Sinjorba.

“É incompreensível a postura do Ministério Público, pois apesar de alegar o respeito ao Plano Nacional de Imunização, o órgão vai de encontro ao que preconiza o documento e o decreto federal 10.288, que tornou a imprensa serviço essencial durante a pandemia”, completa o dirigente se referindo ao Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação, que em sua página 27 diz que dentre os objetivos da imunização, em um momento inicial, está a proteção da força de trabalho dos serviços essenciais. “Ora, se esse é um objetivo prioritário e a imprensa é serviço essencial, evidente que a recomendação do Ministério Público Federal está equivocada”, argumenta o dirigente.

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