A história das demandas trabalhistas coletivas do Sindicato dos Comerciários de São Paulo (UGT) é longa. Essa história engloba Mappin, Arapuã, G. Aronson, Mesbla e muitas outras empresas, que faliram ou simplesmente deixaram de pagar seus empregados.
Uma das que faliram é a Casa Centro, cujo processo se encontra no 26º ano. Ontem, 21, foi um dia vitorioso para um grupo de ex-empregados, que receberam os cheques da massa falida, num total de R$ 460 mil. Segundo o dr. Marcelo D’Aguiar, advogado do Sindicato, falta ainda um quinto lote a ser quitado.
Esse pagamento beneficiou 54 comerciários. Eles foram contatados e compareceram à sede do Sindicato, no Centro da Capital, Muitos nem sabiam que ainda tinham algo a receber.
“Tem até o caso de uma senhora que está com 85 anos”, conta o advogado. Para o dr. Marcelo, “esse tipo de resultado de uma ação assim tão longa mostra que o trabalho sindical não para, não desiste e tem alcance social real”.
A rede Casa Centro, basicamente de eletrodomésticos e linha branca, teve falência decretada em março de 1997. O grupo chegou a ter 30 lojas em SP. Quando encerrou as atividades restavam 23 lojas, deixando 1.500 desempregados.
Ricardo Patah, presidente da entidade, ressalta o esforço sindical pra fazer cumprir a lei e garantir a quitação das verbas trabalhistas. Ele diz: “Nosso Sindicato dá uma prova de persistência, pois há 26 anos a gente luta, permanentemente, pra devolver aos ex-funcionários da Casa Centro o que lhes é de direito”.
O Jurídico do Sindicato tem cerca de 250 empregados da Casa Centro listados, com direito à quitação de verbas trabalhistas. Nem sempre é fácil encontrar essas pessoas. Para tanto, a entidade utiliza as redes sociais. Segundo o advogado Marcelo D’Aguiar, “a gente conta também com a rádio peão, ou seja, um avisando o outro ou compartilhando em suas redes pessoais de WhatsApp”.