Em reunião com o Sindicato dos Bancários, o Itaú se comprometeu a fazer um levantamento e dar retorno para o aumento excessivo das metas, assédio moral, sobrecarga de trabalho e demissões nas agências digitais e em outros departamentos. O encontro entre representantes do banco e dos trabalhadores ocorreu na quinta-feira 14.
Agências Digitais
O Sindicato vem recebendo relatos de bancários das agências digitais apontando aumento excessivo das metas e assédio moral, tanto no segmento Personnalité quanto no Unicalss, resultado de novos projetos, aumento das carteiras de clientes e mudanças de cargos.
Como se não bastasse, os funcionários têm de atender clientes por meio de várias mídias ao mesmo tempo, e fazer uso de headset além do período permitido pela Norma Regulamentadora 17 (seis horas diárias, nelas incluídas as pausas, sem prejuízo da remuneração). A situação tem acarretando em adoecimento, estresse e afastamentos.
Mesa de Negócios Veículos
Funcionários da área de veículos enfrentam sobrecarga de trabalho, assédio moral, demissões e mudanças das metas no meio do mês, problemas que persistem há algum tempo e sem que o banco apresente solução. Este cenário tem resultado em medo e insegurança entre os funcionários.
Crédito imobiliário
As modificações constantes na área, e novos modelos de trabalho com o Full BPO, estão causando sobrecarga e exaustão dos funcionários para atender as necessidades do banco. Sem tempo hábil para cumprir as metas no horário de trabalho, os bancários são obrigado a fazer hora extra.
Os problemas são semelhantes nas três áreas, resultado de um novo modelo de trabalho que o Itaú vem implementando.
“Projetos e reestruturações são constantes nos locais se trabalho, gerando insegurança, adoecimentos, afastamentos e pedidos de demissão, porque os funcionários não aguentam a pressão, a sobrecarga de trabalho e a cobrança exacerbada por metas.” – Sergio Francisco, dirigente sindical e bancário do Itaú
Em junho de 2017 o Itaú tinha 847 clientes para cada empregado. Em junho de 2021 essa relação subiu para 1.001 clientes para cada empregado, um aumento de 18,2%. Por outro lado, o banco tinha 81.252 funcionários em junho de 2017 e 85.611 quatro anos depois, aumento de 5,4%, segundo as demonstrações financeiras do banco. Os dados reforçam a sobrecarga de trabalho no banco que lucrou R$ 18,5 bilhões só em 2020.
“Esperamos que o banco traga soluções imediatas e que os problemas sejam resolvidos o mais breve possível. Não somos contra mudanças, desde que sejam realizadas com responsabilidade.” – Sergio Francisco, dirigente sindical e bancário do Itaú
Os trabalhadores devem procurar o Sindicato caso os problemas persistirem. O sigilo é garantido.