PUBLICADO EM 25 de ago de 2021
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Setor de serviços: mais empregos com salários menores em 2019 e queda brusca a partir de 2020

Embora tenha subido 2,1% o número de pessoas ocupadas no setor de serviços em 2019, totalizando 12,8 milhões de pessoas, o setor apresentou uma queda de 1,2% em relação ao patamar de 2014, quando ocupava 13,0 milhões de trabalhadores. Além disso, em dez anos, houve uma queda no salário médio mensal pago pelo setor em todas as regiões com recuo de 2,5 salários mínimos em 2010 para 2,3 salários mínimos em 2019. A região Sudeste continua sendo a que paga o maior salário médio (2,5 s.m.) e a região Nordeste, a que menos paga (1,7 s.m.). Os dados são da Pesquisa Anual de Serviços, divulgada hoje (25) pelo IBGE.

Monitoramento da dengue. Jornal da USP

No último ano pré-pandemia, 2019, o setor de serviços apresentou um crescimento de 1,6% no número de empresas. Ao todo, 1,4 milhão de empresas atuaram no setor, em 2019, gerando uma receita operacional líquida de R$ 1,8 trilhão, com R$ 1,1 trilhão de valor adicionado bruto. Essas empresas pagaram R$ 376,3 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações a 12,8 milhões de trabalhadores.

Entre as 34 atividades, a que mais gerou receitas em todo o setor de serviços foi a de transporte de carga – do segmento de segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio – com 11% de participação. Já em relação a pessoal ocupado, a atividade que mais gerou emprego foi a de serviços de alimentação do segmento de serviços prestados principalmente às famílias. Embora seja a que tem o menor salário mínimo (1,5 s.m.).

Quedas

A participação do segmento líder – de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio – na receita líquida caiu para 29,0% em relação a 2018. Na segunda posição, estava o setor de serviços profissionais, administrativos e complementares (27,0%). Na sequência vieram serviços de informação e comunicação (21,8%), serviços prestados principalmente às famílias (11,7%), outras atividades de serviços (6,5%), atividades imobiliárias (2,4%) e serviços de manutenção e reparação (1,6%).

Os serviços de Informação e Comunicação, que em 2010 figurava como o segundo maior segmento, com 27,4% na geração de receita, perderam 5,6 pontos percentuais passando para o terceiro lugar com 21,8%. Foi o único segmento dos sete grandes analisados que perdeu participação, devido à queda de 6,1 p.p do setor de telecomunicações. Segundo o analista da PAS, Marcelo Miranda, “Um dos fatores pode ter sido a evolução da tecnologia com perda de receitas de alguns serviços como de mensagens de texto. Por outro lado, ainda no segmento de informação e comunicação, o setor de tecnologia da informação é o que mais cresce, mas não no mesmo patamar da perda do setor de telecomunicações”.

Regiões

A região Sudeste, puxada sobretudo por São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais permaneceu como a principal região do país, em receita, pessoal ocupado, salários e número de empresas. Mas vem perdendo participação em todas essas variáveis. Em 2010, a participação na receita bruta era 66,3% e em 2019 esse número caiu para 63,9%. As regiões que ganharam participação foram Sul, de 14,2% para 15,5%, ganho de 1,3 p.p.; e Centro Oeste que ganhou 1,0 p.p. passado de 6,7% para 7,7%. O Nordeste teve leve crescimento de 10,1% para 10,2%. Apenas a região Norte não ganhou participação.

A partir de 2020, entretanto, o setor de serviços, que inclui bares, restaurantes, salões de beleza, foi um dos mais afetados pela pandemia. Segundo o novo Caged, foram quase 3 milhões de desligamentos nos cinco primeiros meses de 2021, o maior número na comparação com comércio, construção, indústria e agricultura. O setor também liderou a quantidade de acordos firmados no BEM (Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda).

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