Terminou sem acordo a primeira de uma série de negociações entre a Volkswagen e representantes do Sindicato dos Metalúrgicos da Alemanha, o IG Metall, realizada na quarta-feira, 25. Nenhuma data foi definida para a próxima rodada de conversas com a montadora.
Em um movimento inédito na história da companhia, a montadora cogita o fechamento de fábricas em sua terra natal devido à disputa com fábricas asiáticas. Estruturas institucionais complexas, investimentos pesados em veículos elétricos, queda nas receitas da China e a burocracia paralisante da Alemanha são fatores apontados como responsáveis pelo momento turbulento vivido pela segunda maior montadora do mundo.
O Sindicato ameaça fazer greve. Eles reivindicam aumento salarial de 7%. “Fechamentos de fábricas e demissões em massa continuam na mesa”, disse Thorsten Groeger, negociador-chefe do sindicato.
Fabricantes europeias enfrentam crise
Um levantamento realizado pela agência Reuters revelou que fábricas localizadas em países como Alemanha, França e Itália estão enfrentando altos custos de produção, o que resultou na redução da capacidade de operação dessas plantas. Em contraste, a produção permaneceu estável em outros países europeus, como República Tcheca, Eslováquia e Espanha, indicando que produzir na Alemanha se tornou mais caro.
A Renault, como parte de uma estratégia de redução de custos de € 3 bilhões iniciada em 2021, cortou milhares de empregos na região. A Stellantis, por sua vez, planeja eliminar 20 mil postos de trabalho na Europa até o final de 2024, em um processo que também começou em 2021. Ambas as empresas reduziram linhas de produção e ajustaram sua capacidade para diminuir a dependência de grandes fábricas, aumentando o uso de trabalhadores temporários e diminuindo o número de funcionários permanentes.
Já a Volkswagen projeta um corte muito mais significativo do que os € 10 bilhões estimados inicialmente para suas operações. Segundo analistas internacionais, dentro da empresa, esse corte já não é visto como uma solução capaz de salvar a montadora.
A IG Metall resiste ao fechamento de fábricas e às demissões
No início da negociação coletiva com a VW, o IG Metall apelou à segurança no emprego para cerca de 120.000 funcionários da Volkswagen para além de 2030 e ameaça entrar em greve a partir de dezembro.
Thorsten Gröger, disse em Hanover que, se necessário, dezenas de milhares de funcionários da VW ficariam em frente aos portões da fábrica e nas ruas a partir de 1º de dezembro. Segundo o Sindicato, o conflito com a VW está apenas começando.
“O inverno está chegando – e se for preciso vamos esquentar muito a prancha!”, afirmou Thorsten Gröger, segundo a imprensa alemã.
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