
Na foto, assembleia do Sintracomos diante da empresa Yara, na manhã de segunda-feira
Não houve acordo na audiência de instrução e conciliação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), nesta quinta-feira (20), entre a empresa Manserv e o Sintracomos.
Sintracomos é o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial. A Manserv presta serviços à companhia norueguesa de fertilizantes Yara.
O problema está no pagamento em atraso da participação nos lucros ou resultados (plr) de 2024 para os 300 operários terceirizados. Nesta sexta-feira (21), haverá o julgamento do dissídio impetrado pela Manserv.
Empresa alega dificuldade financeira
A empreiteira recorreu ao TRT para prorrogar a data do pagamento da ‘PLR’ de 28 de fevereiro para 18 de abril, alegando dificuldades financeiras para saldar o direito legal previsto em acordo coletivo.
Na audiência de hoje, o vice-presidente judicial do TRT, Francisco Ferreira Jorge Neto, propôs que as partes apresentassem suas propostas para a conciliação.
Os diretores e o advogado do sindicato propuseram o equivalente ao salário nominal de cada trabalhador, que varia de R$ 2.100, do ajudante, a R$ 3,045, do oficial de montagem. O piso do oficial civil é de R$ 2.800.
Assembleia na segunda
O representante da Manserv, porém, reafirmou o que já havia dito em audiência no sábado (15), por videoconferência, ao mesmo desembargador: não tem condições de pagar nada.
Diante disso, Francisco Ferreira marcou o julgamento, sugerindo que a empreiteira apresente um valor. O resultado será levado aos operários em assembleia marcada para as 7 horas de segunda-feira (24).
De acordo com o presidente do Sintracomos, Ramilson Manoel Elói, esta não é a primeira vez que a Manserv atrasa a ‘plr’, alegando problemas de caixa.
Trabalhadores em dificuldades
O sindicalista lembra que, ano passado, ela apresentou o mesmo argumento em relação ao benefício de 2023: impossibilidade financeira de saldar o benefício.
“A empresa que me desculpe, mas em dificuldade financeira estão os companheiros diante do custo de vida e de compromissos com aluguel, água, luz e principalmente alimentação”, diz Ramilson.
Diante da negativa da empreiteira em pagar o que deve, os trabalhadores decretaram greve programada para a manhã de segunda-feira passada (17), suspensa por sugestão do tribunal.
Greve transformada em ‘estado de greve’
Na audiência no sábado (15), o desembargador propôs que o sindicato transformasse a greve em ‘estado de greve’, no que foi atendido pela direção sindical e por assembleia da categoria.
O desembargador ponderou sobre a alegada privação econômica da empreiteira, no que foi questionado pelo sindicalista. Ramilson perguntou se ela agirá da mesma forma em outros quatro contratos na região.
Em consideração às explicações de Ramilson e do tesoureiro do Sintracomos, Geraldino Nascimento, Francisco Ferreira marcou a audiência desta quinta-feira, em mais uma tentativa de conciliação.