PUBLICADO EM 14 de mar de 2018
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Segundo Financial Times, Doria tem um ‘quê de Trump’

Um dia após o prefeito de São Paulo João Doria oficializar sua pré-candidatura ao governo do Estado, o jornal britânico “Financial Times” publicou artigo em que define os grandes projetos do prefeito como “polêmicos”. O texto também diz que Doria tem “um quê de Trump”, pela habilidade em promover sua imagem.

João Doria Jr

Foto: Wilson Dias/EBC/FotosPúblicas

“João Doria diz que ele é um transformador, mas para alguns ele é um especialista em autopromoção com grandes ambições”, diz artigo publicado no caderno especial “São Paulo – Creating the Future”, lançado ontem em seminário homônimo promovido pelo Valor e pelo “Financial Times”. O artigo diz que Doria se tornou, e “parece gostar de ser”, um político que gera controvérsias. O texto cita os episódios em que o prefeito “enfureceu” alguns artistas ao cobrir seus grafites, ou quando usou a polícia para retirar viciados da área conhecida como Cracolândia.

“Ele é elogiado por alguns paulistanos como ‘o cara’, mas também são vistos pela cidade slogans de ‘Fora Doria'”, diz o artigo, assinado pelo repórter Andres Schipani. A publicação cita que, antes de ser prefeito, Doria já trabalhou em TV e planejamento de eventos.

O texto também diz que Doria tem “um quê de Trump”, por ser vendedor nato de sua imagem e, a exemplo do presidente americano, ter sido um dos apresentadores do “Aprendiz”. “Em estilo semelhante, ele se retrata como um outsider transformando São Paulo em uma ‘cidade inteligente’, com processos digitais em vez de burocracia”, diz o FT.

Ontem, no seminário, Doria minimizou o desgaste político que pode enfrentar com sua pré-candidatura. “A sede do governo em São Paulo é em São Paulo, então você não está ausente. Você está presente, com ação coordenada entre Estado e município. São Paulo ganhará ainda mais.” Para o prefeito, sua campanha será “fundamental” para ajudar o atual governador e pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, na disputa pelo Planalto. “A eleição se decide aqui. Se a eleição for bem conquistada em São Paulo, ele vai para o segundo turno. E, ao meu ver, se for para o segundo turno, ganha.”

Integrantes do grupo político de Doria afirmam que ele tem mantido conversas com o vice-governador Márcio França (PSB), que assumirá o governo do Estado com a saída de Alckmin à disputa presidencial. Segundo os interlocutores, a tendência é que o atual governador suba no palanque tanto de Doria quanto de França, mas há possibilidade de que França desista da disputa em troca de assumir um ministério em eventual governo Alckmin, caso sua candidatura ao governo não decole até junho.

Também no evento, o publicitário Nizan Guanaes apontou para outro pré-candidato à presidência. Para ele, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) “vai ganhar esta eleição” por ser o único pré-candidato que “engaja” a população. Nizan afirmou não concordar com as opiniões de Bolsonaro, mas disse que ele consegue estabelecer vínculo com os eleitores.

Fonte: Valor

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