PUBLICADO EM 18 de mar de 2019
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Se governo seguir como está acaba em seis meses, diz Olavo de Carvalho

A declaração foi dada em um evento em homenagem ao próprio Olavo feito no Trump International Hotel na noite de sábado (16), véspera da chegada do presidente brasileiro à capital americana

Diante de uma plateia com cem fãs e representantes da direita americana em Washington, o guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, afirmou que se o governo de Jair Boslonaro continuar como está pode não chegar até o final de 2019.A declaração foi dada em um evento em homenagem ao próprio Olavo feito no Trump International Hotel na noite de sábado (16), véspera da chegada do presidente brasileiro à capital americana.

“O presidente está de mãos amarradas. Não sou capaz de prever [até onde vai] mas, se tudo continuar como está, já está mal. Não precisa mudar nada para ficar mal, é só continuar isso mais seis meses e acabou”, afirmou ele.

O escritor afirmou também que não sabe quais são as ideias políticas de Jair Bolsonaro, mas que o apoia por ele ser “um homem honesto e não ser ladrão”.

“Mesmo se o Bolsonaro fosse dono de um bordel ele seria menos perigoso que o Fernando Haddad, por isso o povo votou nele, não por causa de suas ideias políticas, que até hoje não sei quais são. Ele fala de um assunto ou outro, mas nunca vi uma concepção geral, uma ideologia”, disse.

A encontro foi organizado pelo financista Gerald Brant, um dos primeiros apoiadores de Bolsonaro em Wall Street, e contou com a exibição do filme “Jardim das Aflições”, que conta a vida de Olavo.

Entre os convidados, estavam pessoas que participaram do governo de Donald Trump, como o ex-estrategista Steve Bannon e o ex-vice-assistente Sebastian Gorka. Thomas Shannon, que foi embaixador no Brasil e terceiro no Departamento de Estado, também estava presente.

Olavo foi apresentado por Bannon à plateia como peça importante para o que ele chama de “O Movimento”, um grupo de governos populistas de direita em ascensão em países como Brasil, EUA, Hungria e Itália.”Olavo não é importante apenas para o Brasil, ele tem uma importância no contexto mundial do movimento populista de direita, é um pensador seminal”, disse.

Bannon disse à Folha de S.Paulo que conhecia Olavo por seus vídeos e por uma discussão que o brasileiro teve com Aleksandr Dugin, estrategista do presidente russo, Vladimir Putin. “Mas só fiz a peregrinação até a casa do Olavo, onde conheci a impressionante biblioteca dele, há pouco tempo, e ele mora na minha cidade”.

Os principais alvos do escritor na sessão de perguntas após a exibição e na conversa com jornalistas foram a imprensa e o vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão.

O escritor afirmou que Bolsonaro está cercado de traidores e declarou que despreza Mourão, a quem classificou de estúpido e dono de uma “vaidade monstruosa”.

“Assim que [o vice-presidente] foi empossado, ele mudou 180 graus: foi para o outro lado em aborto, desarmamento, não quer derrubar o [ditador venezuelano Nicolás] Maduro”. Ele também acusou o vice de ter uma mentalidade golpista.

Ainda de acordo com o escritor, Bolsonaro não tem reagido ao que ele chama de fake news por cautela dos militares que estão no governo.

Olavo disse, porém, que não dará nenhum conselho ao presidente neste domingo (17), quando vai encontrá-lo pessoalmente durante o jantar na casa do embaixador brasileiro, Sérgio Amaral. “Eu vou lá para comer”.

Também presente ao encontro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, afirmou que a liberação de visto para a entrada nos EUA pode virar uma brecha para que brasileiros morem ilegalmente no país.

“Será que estou falando um grande absurdo ao dizer que, sem a necessidade de visto, várias pessoas entrariam nos EUA de maneira ilegal e ilegalmente permaneceriam lá [EUA]?”, disse Eduardo.

Ele também afirmou que a presença de imigrantes ilegais brasileiros no exterior é uma vergonha para o país.

O deputado comentava o desejo do governo brasileiro de dar isenção de visto para viajantes de Japão, Autrália, Canadá e EUA sem exigir a contrapartida para brasileiros.

Fonte: Folha SP

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