A Scania vai reduzir a produção na fábrica de São Bernardo do Campo, com paradas semanais e férias coletivas. As informações foram divulgadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que realizou assembleias internas com os trabalhadores nesta terça-feira (18). Volkswagen e Mercedes-Benz também estão reduzindo a atividade.
A entidade lembra que as medidas fazem parte de acordo de flexibilidade da jornada, negociado ainda em 2013. Fabricantes de caminhões e ônibus, a unidade do ABC tem 4.500 funcionários, sendo 3 mil na produção.
Politica Industrial
De acordo com o sindicato, estão programadas paradas semanais de dois dias, a partir do próximo dia 28. Além disso, a empresa dará 10 dias de férias coletivas para o pessoal da produção, com início em 10 de julho.
Segundo o vice-presidente do sindicato, Carlos Caramelo, o setor de caminhões enfrenta dificuldades pela ausência de uma política industrial. Mas é preciso cobrar também governos estaduais e municipais.
Incentivos para a economia
“Os trabalhadores sabem a importância deste acordo que assegura empregos e renda. Temos sentido reflexos da ausência de políticas específicas para o setor nos últimos anos. Precisamos de políticas públicas que diminuam o impacto ou que gerem, além de uma cobertura social, trabalho e renda. Tudo isso passa por incentivos à economia, com crédito, linhas de financiamento específicas e, em contrapartida, a garantia de emprego”, afirma o dirigente.
Ele também fez referência á taxa de juros, mantida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central, que encarece financiamentos e restringe o crédito. “A situação foi agravada ainda mais pela falta de peças, pela antecipação das vendas em 2022 com o Euro 6, que é o conjunto de normas regulamentadoras sobre emissão de poluentes para motores diesel. E, principalmente, em função da redução na produção de caminhões por falta de financiamentos, da queda no consumo e das altas nas taxas de juros em nosso país”, diz Caramelo. “Quem está à frente do Banco Central não tem compromisso com o país e com os trabalhadores.”
Fonte: Redação RBA