O sindicato das empresas de transportes de passageiros no estado de São Paulo (Setpesp) tem até o final de quarta-feira (14) para apresentar proposta de reajuste nos salários e benefícios dos motoristas e demais profissionais de setor na capital, interior e litoral.
Se isso não acontecer, os sindicatos filiados à federação dos 200 mil trabalhadores em transportes rodoviários do estado de São Paulo (Fttresp), que estão em ‘estado de greve’, deverão paralisar as atividades já a partir de sexta-feira (16) ou, mais tardar, na segunda seguinte (19).
Isso eles decidirão em plenária presencial e remota já marcada para quinta-feira (15), na sede da Fttresp, conforme decisão tomada ontem (5ª-feira 8). O presidente da federação, Valdir de Souza Pestana, explica que as paralisações serão por empresas e não em bloco.
Afronta na pandemia
“Vamos centralizar naquelas que estão forçando a intransigência do sindicato patronal”, diz o sindicalista. Segundo ele, o Setpesp “sempre negociou bem com a categoria, mas, agora, algumas empresas estão emperrando os entendimentos. E essas serão paralisadas”.
A categoria reivindica reajuste nos salários e benefícios de 10%, equivalente a 2,44% de 2020 e 7,59% de 2021. Isso, na média salarial, equivale a dois botijões de gás de R$ 115 cada. Os sindicatos querem o mesmo índice nos benefícios como vale-refeição e cesta-básica.
Os patrões oferecem abono de 2% em outubro de 2021, com mais 2% em janeiro e 3,5% em abril de 2022. “Isso é uma afronta”, diz Pestana, “um desrespeito com aqueles que fazem as frotas rodarem, inclusive durante a temível pandemia do novo coronavírus”.