Após diversos protocolos sem êxito, o Sindmotoristas resolveu tomar uma medida um pouco mais drástica para chamar atenção das autoridades para que motoristas e cobradores sejam incluídos na lista de prioridades da vacina contra a Covid-19. Desde o início da pandemia, os profissionais não pararam um dia sequer, transportando milhares de pessoas, na maior cidade do país.
De acordo com o último levantamento da Secretaria de Saúde do sindicato, até o presente momento, 433 trabalhadores testaram positivos para a doença, 1401 casos suspeitos e 82 morreram vítimas da doença. Os números vêm crescendo de acordo com a flexibilização e o retorno das atividades comerciais que – embora todos os protocolos e recomendações do Governo do Estado – as pessoas têm se inibido com a transmissão do vírus, não poupando aglomerações.
Por isso, a diretoria e delegados sindicais do Sindmotoristas têm colhido assinaturas em um abaixo-assinado e prometem realizar um grande protesto na próxima terça-feira (2), às 9 horas, em frente à Secretaria Municipal de Transporte e à Câmara Municipal, visando chamar atenção das autoridades para a imunização dos profissionais.
“A luta contra esta doença será permanente, por isso, reivindicaremos também o teste em massa. No momento, o Brasil chegou a 250 mil mortes em decorrência da doença. Além de enfrentar o recorde de internações em UTIs desde o começo da pandemia. A volta de longos congestionamentos no trânsito e ruas da cidade, deixava claro que o índice de adesão ao isolamento social tem caído o que pode provocar explosão de novos casos”, alerta Valdemir de Jesus (Mi), secretário de Saúde do Sindmotoristas.
Para o deputado federal e presidente do Sindmotoristas, Valdevan Noventa, a vacinação dos profissionais do transporte é fundamental. “Os condutores não pararam um único dia sequer durante toda a pandemia. Eles transportam todos os tipos de profissionais da maior cidade do país, desde comerciantes a profissionais da saúde. Isso sem falar de pessoas que usam o transporte público para irem aos hospitais, ou seja, temos muitos argumentos favoráveis a prioridade da vacinação dos condutores”, afirma Noventa.
Para Valdevan, os números poderiam ser piores e mais agravantes se não fosse a atuação do sindicato. Noventa lembra que desde o início da pandemia, a entidade não poupou esforços para que as empresas e o Poder Público garantissem a proteção dos trabalhadores. “Na justiça, conseguimos a obrigatoriedade do fornecimento de máscaras e álcool em gel, pois no início da pandemia havia o setor patronal e o Poder Público se esquivavam dessa responsabilidade”, lembrou.
Fonte: Sindicato dos Motoristas de São Paulo