O Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL) recebeu, na tarde de sexta-feira (31), um caminhão com mantimentos como alimentos, águas e outros itens.
Todos os mantimentos foram arrecadados na campanha de solidariedade promovida pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMETAL).
O presidente do Sindicato, Valmir Lodi destacou a solidariedade das metalúrgicas e dos metalúrgicos de todos o Brasil com o Rio Grande do Sul.
“Agradecemos do fundo do coração a todos que doaram esses donativos que estamos recebendo. Sem dúvida, vai fazer a diferença aqui em São Leopoldo”, garantiu Valmir.
O dirigente também agradeceu ao senhor Aloysio Ferreira, da Iperfor Industrial, empresa de Iperó, interior de São Paulo e base do SMETAL.
“Foi ele que fretou o caminhão para que as doações chegassem até aqui. Por isso, o nosso muito obrigado”, enfatizou.
O secretário-geral do STIMMMESL, Valdemir Ferreira Pereira, o secretário de Comunicação da entidade, Alexandre Rosa da Rocha e o tesoureiro do Sindicato, Genilso Vargas da Rosa também acompanharam a chegada dos donativos nos pavilhões da empresa Taurus, no Distrito Industrial de São Leopoldo.
Bigornão é local de abrigo na cidade
A tragédia das chuvas intensas que devastou regiões inteiras do nosso estado impactou a vida da grande maioria das pessoas. E mais ainda daqueles que foram atingidos diretamente pelas enchentes e inundações e tiveram que se alojar nos abrigos.
O ginásio Bigornão do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL) começou a receber os desabrigados na tarde de 3 de maio e um mês depois ainda há pessoas alojadas no local.
O abrigo chegou a ter 800 pessoas e desde o começo, todo o esforço da entidade está em promover o melhor espaço possível para essas pessoas e minimizar os danos e sofrimentos das famílias afetadas. Por isso, o Sindicato conversou com três pessoas que ficaram abrigadas na entidade.
O metalúrgico aposentado Jocelei João Calisto chegou ao Bigornão no sábado (4) e afirma que foi muito bem assistido e atendido.
“Foi muita gente. Só da minha família, estavam eu e mais cinco pessoas. Apesar de tudo, só tenho que agradecer o que foi feito. Estávamos muito bem assistidos”, garantiu ele que é morador da Vila Maria, no bairro Vicentina e já voltou para a casa.
A também moradora da Vicentina, Letícia Borges tem 38 anos e está com 16 familiares no abrigo.
“É toda a família. Moro bem próximo de onde estourou o dique e perdemos tudo. Em menos de duas horas, vimos a nossa casa ser tomada pela água até o telhado, entramos em desespero”, relatou Letícia.
Ela e os familiares foram socorridos na avenida João Correa. “Os voluntários estavam com os barcos a motor, pegando as pessoas para trazer aos abrigos e foi assim que chegamos aqui no Bigornão, na madrugada de sexta para sábado, quando começou a enchente”, disse.
Aos 61 anos, Elaine Beatriz da Silva de Oliveira foi uma das primeiras a chegar no Bigornão com o seu cachorro Salgadinho e espera voltar para a casa nos próximos dias. “Fui uma das primeiras a chegar aqui e fui muito bem atendida pelos médicos e assistentes sociais, o pessoal foi muito atencioso”, declarou Elaine.
Atualmente, há cerca de 270 pessoas nas dependências do ginásio Bigornão e dezenas de pets, entre cachorros e gatos, alocados na área de lazer do STIMMMESL.
O STIMMMESL agradece a todos os voluntário e parceiros que ajudaram com mão de obra ou doações. Só assim foi possível atender a todos. O Sindicato também se solidariza com todas e todos atingidos por essa tragédia.
Tragédia
O número de mortes pelas enchentes que atingem o estado desde o começo de maio, está segue em 172 e há 42 desaparecidos, segundo os dados da Defesa Civil desta segunda-feira (3). No RS são mais de 2,3 milhões de pessoas afetadas de alguma maneira e 580 mil estão desalojados. Enquanto isso, 37.154 permanecem em abrigos temporários.
São Leopoldo tem 250 mil habitantes e chegou a contabilizar cerca de 180 mil pessoas atingidas com as enchentes, mais de 100 mil pessoas fora de seus lares, 34 mil casas atingidas pelas cheias e 13 mil abrigados nos mais de 100 alojamentos da cidade.
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