Na última reunião da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, realizada em 23 de dezembro de 2024, a instituição anunciou uma mudança significativa nos critérios de elegibilidade para a remuneração variável. A partir de agora, os caixas estarão elegíveis apenas ao Programa Próprio de Resultados (PPRS), enquanto a remuneração variável ficará restrita às áreas comerciais.
Essa nova deliberação gerou forte preocupação entre os representantes dos trabalhadores, uma vez que o banco, nas entrelinhas, sinaliza que os caixas não seriam mais elegíveis a receber a remuneração variável, um direito conquistado e essencial para a valorização desses profissionais.
Durante a reunião, a COE apresentou uma série de questionamentos e ponderações ao banco sobre os impactos dessa decisão. Entre os pontos levantados, destacam-se:
- Vedação à venda de produtos pelos caixas: A decisão significa que os caixas não poderão mais vender produtos?
- Impactos na carreira: Como será feita a avaliação dos caixas que realizam vendas e desejam progredir na carreira?
- Extinção da função: A mudança sugere uma tentativa do banco de acabar com a função de caixa nas agências?
- Discriminação profissional: A exclusão dos caixas da remuneração variável não configuraria uma forma de discriminação?
- Cobrança incompatível: Em agências sem a função de caixa, os Especialistas de Serviços (ESs), que precisam assumir essas atividades, são pressionados por metas de vendas que não conseguem cumprir enquanto atuam no atendimento ao caixa.
“O Sindicato dos Bancários de Santos e Região é historicamente contra a imposição e o assédio por metas de vendas de produtos para todos. Defende valorizar o salário da categoria, como forma de humanizar o ambiente de trabalho e para evitar pressões individuais. Mas também é totalmente contra as medidas que discriminam trabalhadores e retiram direitos”, Fabiano Couto, secretário de Comunicação do Sindicato.