Em países como Espanha – referência mundial quando o assunto é transplante – são registrados perto de 40 por milhão, já no Brasil essa taxa está próxima de 15; um dos principais fatores para o número baixo é a negação familiar; no Brasil, para ser doador é preciso comunicar à família, já que apenas os parentes podem autorizar a doação; para mudar este quadro é essencial inserir a temática da doação no cotidiano, dentro das escolas e faculdades de medicina, e também desfazer mitos que circulam entre a população
De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), de cada oito potenciais doadores, apenas um é notificado. Enquanto em países como Espanha – referência mundial quando o assunto é transplante – são registrados perto de 40 por milhão, no Brasil essa taxa está próxima de 15.
Diversos fatores contribuem para este número, mas um dos principais é a negação familiar, uma vez que no Brasil, para ser doador, não é preciso deixar nada por escrito, e sim comunicar à família, pois somente os parentes podem autorizar a doação.
Para mudar este quadro e permitir que cada vez mais pessoas que estão na fila dos transplantes possam voltar a desfrutar de uma vida confortável, é essencial inserir a temática da doação no cotidiano, dentro das escolas e faculdades de medicina, e também desfazer mitos que circulam entre a população.
É importante ressaltar, por exemplo, que não existe um mercado negro de órgãos, e que todas as religiões enxergam a doação como um ato de caridade e amor ao próximo. Além disso, os transplantes ocorrem através de uma cirurgia tradicional e ao fim do procedimento o corpo é reconstituído, podendo ser velado normalmente.
A doação de órgãos e tecidos pode ocorrer após a constatação de morte encefálica, que é a interrupção irreversível das funções cerebrais, ou em vida.
No primeiro caso, o doador é capaz de salvar mais de vinte pessoas, podendo doar córneas, coração, fígado, pulmão, rim, pâncreas, ossos, vasos sanguíneos, pele, tendões e cartilagem. O doador em vida, por sua vez, deve ter mais de 21 anos e boas condições de saúde. A doação ocorre somente se o transplante não comprometer suas aptidões vitais. Rim, medula óssea e parte do fígado ou pulmão podem ser doados entre cônjuges ou parentes de até quarto grau com compatibilidade sanguínea. No caso de não familiares, a doação só acontece mediante autorização judicial.
Fonte: EBC