Segundo o secretário-geral do sindicato dos trabalhadores em transportes rodoviários de Santos e região, Eronaldo José de Oliveira ‘Ferrugem’, o pessoal luta por quitação de benefícios atrasados.
A empresa de transporte de cargas tem 140 empregados e está em recuperação judicial de R$ 90 milhões. Ela diz que deve R$ 573 mil aos trabalhadores, que calculam ter cerca de R$ 1 milhão a receber.
A assembleia aceitou a divisão dos atrasados em oito vezes, proposto pelo presidente da empresa, Marcelo Augusto dos Santos. Ele queria pagar em 18 vezes, mas acatou a proposta do pessoal de oito parcelas.
Como os valores de março ainda não foram pagos, Ferrugem suspendeu a assembleia por 15 minutos e entrou em contado com o jurídico da empresa, requerendo a quitação imediata.
O sindicalista explicou ao advogado que os trabalhadores estavam dispostos a entrar em greve já a partir desta segunda-feira (16), por causa dos atrasados do mês.
O advogado consultou o presidente da empresa, que se comprometeu a pagar os benefícios de março até terça-feira (17). Na quarta (18), sindicato, empresa e comissão eleita em assembleia discutirão valores.
Segundo Ferrugem, o pagamento do benefício de março fez com que os trabalhadores suspendessem a greve a partir desta segunda-feira. Mas explicou que ela pode ser decretada caso os atrasados não sejam pagos.
Greve
Segundo o vice-presidente do sindicato, José Alberto Torres Simões ‘Betinho’, a dívida se arrasta há quase dois anos. Para ele, “a possibilidade da greve é que está fazendo a empresa negociar”.
A próxima assembleia, em 6 de maio, saberá se a empresa apresentou os valores atrasados discriminados e definirá se aceita o acordo apresentado pela empresa ou decreta greve por tempo indeterminado.
Os benefícios em atraso são de vale-refeição (vr), vale-alimentação (va) e valores de jantar no caso de viagens. Os rodoviários reclamam que a firma computou apenas o ‘vr’, mas não o ‘va’ e o jantar.
A empresa está em recuperação judicial desde 2015 e que o processo pode levar 15 anos. Em setembro de 2017, prometeu pagar os atrasados em fevereiro de 2018, mas não cumpriu.
Um dos trabalhadores explicou na assembleia que a empresa alega dever-lhe R$ 6.200, mas que, por seus cálculos, tem a receber R$ 10.200. Outros motoristas apresentaram dados semelhantes.