Mais de 2 milhões de trabalhadores rodoviários do estado de São Paulo deverão fazer greve, na terça-feira da próxima semana (19), contra a reforma da previdência.
A decisão foi aprovada em plenária da categoria, na tarde da última segunda-feira (11), no sindicato dos condutores, na capital paulista, com representantes de nove centrais sindicais.
Terça-feira (19) é o dia previsto para o congresso nacional votar a reforma.
‘Se colocar pra votar, o Brasil vai parar!’. Essa foi a palavra de ordem aprovada na plenária.
Segundo o presidente da federação dos trabalhadores em transportes rodoviários do estado de São Paulo (Fttresp), Valdir de Souza Pestana, “a categoria está pronta para a greve”.
“Não será preciso nenhum esforço”, prevê o sindicalista. “Os ônibus municipais, intermunicipais e interestaduais simplesmente não sairão das garagens, por si só já causando a paralisação total de outros segmentos”.
A convicção de Pestana deve-se, segundo ele, “ao grande descontentamento dos trabalhadores com uma reforma que acabará com o direito sagrado da aposentadoria”.
Todos
A recomendação da plenária é de que todos os sindicatos façam assembleias, até o final desde semana ou começo da próxima, para validar a greve geral.
Também presidente do sindicato dos rodoviários de Santos e região, Pestana diz que a participação das demais categorias será importante para pressionar o congresso nacional a não aprovar a reforma.
“Apesar de quase tudo ficar parado quando acontece uma greve de rodoviários, esta não é uma luta específica, mas geral. Portanto, todos os assalariados devem participar”, pondera Pestana.
Nesta quinta-feira (14), também em São Paulo, haverá uma reunião das centrais para definir os preparativos da greve geral e das formas de pressão sobre os deputados.
O secretário-geral do sindicato dos rodoviários de Santos, ‘Ferrugem’
Eronaldo José de Oliveira, defende que os parlamentares sejam pressionados em atividades públicas, aeroportos e no congresso nacional.
“Faremos de tudo para destruir essa reforma incompatível com os direitos dos trabalhadores”, diz o sindicalista. “Não é justo que os ricos fiquem cada vez mais ricos e os pobres, mais pobres”.
Elite
Por ricos, Ferrugem entende a elite econômica brasileira, formada, segundo ele, “por algo em torno de 70 mil pessoas que detêm os meios de produção, de serviços e principalmente o sistema financeiro”.
As centrais envolvidas na campanha são Força Sindical, CUT, NCST, CGTB, CSB, CSP Conlutas, CTB, Intersindical e UGT.