PUBLICADO EM 02 de jun de 2018
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Ricos de um lado, pobres do outro: fotos aéreas mostram desigualdades no mundo

Em 2004, o fotógrafo Tuca Vieira capturou, para o jornal Folha de S.Paulo, a imagem da favela de Paraisópolis encravada no abastado bairro do Morumbi, na capital paulista. A foto, que ostentava um prédio com uma piscina por andar ao lado de barracos de alvenaria, correu o mundo e virou símbolo da desigualdade entre ricos e pobres.

 

Oyster Bay, na África do Sul/JOHNNY MILLER/MILLEFOTO

Anos depois, o fotógrafo sul-africano John Miller usou um drone para registrar em fotos e vídeos cenas de diferentes cidades do mundo onde também há contrastes escancarados de áreas pobres e ricas.

Nairóbi, Quênia/JOHNNY MILLER/MILLEFOTO

John Miller começou o projeto batizado de “Unequal Scenes” (Cenas Desiguais, em tradução livre) na África do Sul. Ele se inspirou em documentar a disparidade nas condições de vida que observou nos barracos de lata no entorno do aeroporto da Cidade do Cabo quando chegou à cidade para estudar.

Cidade do Cabo, África do Sul/JOHNNY MILLER/MILLEFOTO

Depois de explorar contrastes na África do Sul, ele passou a registrar imagens nas maiores cidades do mundo, de Mumbai (Índia) à Cidade do México, passando por Nairóbi (Quênia).

Santa Fé, Cidade do México, México/JOHNNY MILLER/MILLEFOTO

Ele diz que os drones permitem uma perspectiva melhor das disparidades nas condições de vida dessas cidades.

Mumbai, Índia/JOHNNY MILLER/MILLEFOTO

“As desigualdades em nosso tecido social estão muitas vezes escondidas e difíceis de ver a partir do nível do solo. Barreiras visuais, incluindo as próprias estruturas, nos impedem de ver os incríveis contrastes que existem lado a lado em nossas cidades”, diz ele.

Joanesburgo, África do Sul/JOHNNY MILLER/MILLEFOTO

Miller também acredita que imagens aéreas ajudam na objetividade: “O drone distancia o fotógrafo e o espectador da fotografia, tanto física como mentalmente, e provoca uma análise do olhar distante … Permite uma separação do sujeito que pode ser poderosa quando a gente lida com um problema com alta carga emocional como a desigualdade”.

Detroit, Estados Unidos/JOHNNY MILLER/MILLEFOTO

Ele espera que seu trabalho desperte reações, ou pelo menos leve pessoas a conversar sobre desigualdade. “Se as imagens provocam sentimentos desconfortáveis de medo, desespero ou uma desconcertante realização de cumplicidade…isso é bom. Elas têm essa pretensão.”

Fonte: BBC Brasil

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