A rejeição ao negacionismo do presidente Jair Bolsonaro durante a a pandemia da covid-19 levou à sua maior rejeição desde o início do governo. De acordo com pesquisa Datafolha, divulgada na noite desta terça-feira (16), 54% dos brasileiros consideram a gestão ruim ou péssima.
Na pesquisa passada, realizada em 20 e 21 de janeiro, a rejeição ao trabalho de Bolsonaro na pandemia era de 48%. A parcela da população que considera sua gestão boa passou de 26% para 22%, enquanto quem a vê como regular foi de 25% para 24%.
O Datafolha também perguntou aos entrevistados se consideram o presidente o principal culpado pela crise atual da pandemia, que matou mais de 280 mil no país e vê um colapso nacional do sistema de saúde devido ao pico de infecções. Para 43%, Bolsonaro é o motivo do caos.
Apenas 17% consideram os governadores de estado, que em grande parte defendem medidas mais rígidas de isolamento social, como culpados. Outros 9% mencionaram os prefeitos. Já 15% acreditam que a culpa se divida entre os chefes do Executivo e a população.
Pandemia descontrolada
Ontem, o Brasil novamente quebrou o recorde diário de mortes por covid-19. O número de vítimas desde o início da pandemia chegou a 281.626. Os dados iniciais do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) não levavam em conta as mortes no Rio Grande do Sul, por atraso no envio das informações. Após a divulgação, o estado dos gaúchos contou 502 mortos. Com isso, o número total subiu de 2.340 para 2.842 óbitos.
Muitos estados e municípios brasileiros vivem o colapso do sistema de Saúde, sem leitos hospitalares disponíveis. Especialistas argumentam que, acima de 85% da capacidade, a situação já é de pressão sobre o sistema, com criação de filas. E são muitos os estados nesta situação, com destaque para os três do Sul – Paraná (92%), Santa Catarina (99%) e Rio Grande do Sul (98%).
Em boletim extraordinário divulgado nesta terça, a Fiocruz apresentou uma análise a respeito do estágio da pandemia de covid-19 no Brasil. E, segundo a avaliação de pesquisadores da instituição, o país passa hoje por uma “situação gravíssima”, configurando o maior colapso sanitário e hospitalar de sua história.
Fonte: Rede Brasil Atual